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quarta-feira, 7 de março de 2018

Fisioterapia nos cuidados paliativos: cuidar sempre; Leia artigo

Por Cinthia Moreno
Fisioterapeuta - Casa Durval Paiva
CREFITO 83476-F

O conceito de Cuidados Paliativos foi definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1990 e atualizado em 2002, como sendo "a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais". Nesse contexto, é fundamental a presença do fisioterapeuta como parte integrante da equipe de assistência ao paciente, para que possa atuar no alívio dos sintomas, promovendo bem estar através de recursos terapêuticos.

É comum achar que a conduta nessa fase de vida é passiva e limitada. Mas ao contrário, a atuação da equipe é ativa e o fisioterapeuta deve estimular a independência e autonomia do paciente que, muitas vezes, tem cuidado excessivo com restrições que são desnecessárias.

Junto ao paciente que requer os cuidados paliativos na Casa Durval Paiva o setor de fisioterapia tem uma atuação humanizada e integrada com o mesmo, a família e a equipe multiprofissional. Valorizamos cada realização do paciente e estimulamos sua independência, sua participação ativa nos processos de decisão e cuidados de si mesmo.

As técnicas e recursos utilizados em sua conduta devem ter objetivos claros, pensando na funcionalidade e resultados esperados. O alívio da dor tem um importante papel nos cuidados paliativos. Esse objetivo pode ser alcançado através da eletroterapia (corrente elétrica para analgesia), que pode diminuir o uso de analgésicos e seus efeitos colaterais. Podem ser utilizadas a crioterapia (compressas de gelo) e técnicas manuais, que também diminuem a tensão muscular, melhorando a circulação tecidual e diminuindo a ansiedade. A dor é constituída por componentes físicos, mentais, sociais e espirituais, por isso, não deve ser tratada apenas com um dos recursos terapêuticos, como a eletroterapia, mas com a atuação de toda a equipe multiprofissional.

O descanso e a inatividade física podem gerar ou agravar a dor e causar fraqueza muscular (hipotrofia), descondicionamento cardiovascular, respiração superficial, alterações posturais, osteopenia (diminuição da densidade óssea) e até fraturas patológicas. Por esses motivos, os exercícios físicos podem e devem ser feitos, de acordo com a tolerância do paciente, mantendo o equilíbrio entre a atividade física e a conservação de energia. Exercícios leves ou moderados para os principais grupos musculares podem ser inseridos. Exercício aeróbico, como caminhada, ciclismo e natação podem ser opções para combater a fadiga, que muitas vezes limita o paciente em atividades como caminhar, se vestir ou tomar banho.

Melhorar a função pulmonar é outro fator importante que promove conforto ao paciente. Também é fundamental ter cuidado com o posicionamento no leito prevenindo úlceras de pressão.

É importante também comunicar a verdade ao paciente e sua família. Isso traz confiança e estimula a participação na conduta. Vale ressaltar que o conhecimento técnico e científico não é o único requisito para lidar com o paciente. Saber ouvir, conversar, e auxiliar no que ele precisa, faz a diferença nos cuidados, promovendo bem estar e qualidade de vida, que devem ser contínuos até o momento do óbito.
Assessoria de Comunicação Casa Durval Paiva
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