Por Patrícia Marques de Barros
Pedagoga - Casa Durval Paiva
Como lidar
com um aluno que recebe um diagnóstico de câncer? Como estreitar este
relacionamento? Como fazê-lo compreender que mesmo em meio a esta realidade
existe a possibilidade de aprender?
Quando uma
criança ou adolescente chega à classe hospitalar/domiciliar, ela já chega
carregando suas bagagens e bagagens muito pesadas por sinal, compostas de sua
mudança de rotina, perdas, incertezas, etc..
Alguns
chegam sem nenhuma noção do que ainda estar por vir durante o tratamento,
outros chegam bastante fragilizados, outros desestimulados ou até indiferentes.
Tudo isso é desafiante para o professor, que terá que ter muita sensibilidade e
se utilizar de várias estratégias para construir este relacionamento.
Um
relacionamento que nasce e cresce gradativamente a partir dos primeiros
contatos, o primeiro olhar, o primeiro abraço, a primeira conquista ou avanço e
tudo isso requer confiança. Confiança essa que não nasce do dia para a noite,
mas, ao longo do tempo e da convivência.
Toda criança
ou adolescente tem seu tempo de aprendizagem e isso deve ser respeitado. No
contexto hospitalar/domiciliar o tempo de aprendizagem deve ser observado com
mais cautela, pois se trabalha paralelamente ao tratamento de saúde.
Neste caso,
o tempo não é fator determinante e sim a condição física, emocional e
psicológica dessa criança ou adolescente. Quando o professor respeita esta
condição o processo de interação não só do aluno com o professor, mas do aluno
com os colegas de classe acontece de forma natural, da mesma forma, o processo
de aprendizagem.
Conseguir
interagir com o discente oportunizando a aprendizagem mesmo em meio a sua
condição de saúde e permitir que ele perceba que é capaz é algo extraordinário.
Um exemplo
significativo disto é o caso de uma determinada paciente, que ao passar um
longo período em isolamento, adquiriu depressão e já não queria sair do quarto
ou participar das atividades na classe domiciliar da Casa Durval Paiva, com
muito tato a equipe pedagógica conseguiu chegar até ela e convencê-la de que
ela, apenas ela, seria responsável pela mudança da sua própria vida. Os
resultados? Ela concluiu o ensino médio e tornou-se blogueira, participa das
atividades com êxito e até apresentou trabalhos na feira de ciências, tornou-se
autora da sua própria história. Eis a importância e o objetivo do atendimento
nas classes hospitalares/domiciliares.
Assim, vale
ressaltar que não existe nada mais compensador para um professor que o êxito no
relacionamento com o aluno principalmente quando se pode observar e comprovar a
evolução do mesmo.
Assessoria de Comunicação Casa Durval Paiva
Foto relacionada à divulgação
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