acesse o RN blog do jornalista João Bosco de Araújo [o Brasil é grande; o Mundo é pequeno]

sábado, 14 de outubro de 2017

Artigos Casa Durval Paiva; Leia artigos da Terapeuta Ocupacional Lady Kelly, Psicóloga Laíse Santos Cabral e da Dentista Eloisa Alexsandra Lopes 

QUALIDADE DE VIDA E BEM ESTAR ATRAVÉS DA AURICULOTERAPIA

Por Lady Kelly Farias da Silva
Terapeuta Ocupacional da Casa Durval Paiva
Crefito14295-TO

Quando falamos de câncer infantojuvenil, mesmo com os constantes avanços, tratamos de um assunto muito delicado, extremamente temido e que está sempre associado à morte, não somente pelo aspecto emocional que envolve os pacientes e toda a família, mas pela forma como é encarado, pela falta de informação que ainda implica esse tema, mas também por ser considerada uma doença crônica e que ainda exprime muitos sentimentos como o medo, o desconhecido, a dor e o sofrimento.

A partir do diagnóstico, o enfrentamento e o tratamento da doença se configurarão. A literatura aponta que este primeiro momento é muito marcante para todos os envolvidos (pacientes e familiares), pelo fato do tratamento abranger grandes mudanças no estilo de vida das crianças e adolescentes.

Os cuidadores não ficam imunes a algumas transformações, pois também vivenciam prolongados períodos de internação, precisam passar por extensos momentos dentro de hospitais, se distanciam do convívio familiar, passam a se privar da sociabilidade cotidiana e até a apresentar dificuldades para gerenciar as obrigações e compromissos que assumem, especialmente relacionados ao trabalho. A vida conjugal também se transforma, ficando difícil até conciliar o cuidado aos outros filhos e a atenção à criança doente, o que acarreta em desgastes em vários aspectos, desde os físicos aos emocionais, por também vivenciarem todo esse processo com tamanho estresse e ansiedade. No enfrentamento do câncer, cada indivíduo possui a sua singularidade, mas as rupturas do cotidiano afetam a todos.

No ambiente hospitalar, a sensibilidade e o sofrimento se instalam de forma ainda mais intensa, segundo relatos dos próprios acompanhantes. É constatado pela literatura que durante a hospitalização o bem estar emocional dos pais influencia o da criança. O estado de sofrimento do filho pode comprometer a adesão ao tratamento, o que confirma a importância da família no processo de intervenção, contribuindo para o melhor incremento do método terapêutico, que consequentemente, favorece também o seu desenvolvimento biopsicossocial. (suprimi a última frase por achar redundante)

Nesse contexto, através de um olhar humanizado, surge a acupuntura auricular, um serviço oferecido aos acompanhantes das crianças que se encontram em tratamento oncológico, como terapia complementar, no intuito de minimizar alguns fatores que interferem diretamente na saúde dos mesmos, promovendo a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos nas situações de adoecimento, visto que podem apresentar determinado grau de vulnerabilidade, através de complicações de saúde como: enxaquecas, hipertensão, gastrite nervosa, transtornos de ansiedade, estresse, depressão, insônia, dores generalizadas, dentre outros.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu em 1990 o valor da Auriculoterapia, como uma prática eficaz para o diagnóstico e tratamento de diversas condições físicas e emocionais.

De acordo com a repercussão que obtemos através de relatos, evidenciamos que a acupuntura auricular oferecida aos acompanhantes contribui de forma positiva para que transcorram pela fase de tratamento da criança de uma forma mais saudável, com minimização das queixas trazidas durante este período e avanço significativo nos principais aspectos como, nos quadros de ansiedade, estresse e depressão, melhora na qualidade do sono, redução do cansaço físico e mental, buscando favorecer o bem estar e a qualidade de vida, através de um trabalho de acolhimento e humanização, considerando a historia de vida de cada família.

CUIDAR: UMA RELAÇÃO DE AMOR COM O OUTRO E CONSIGO MESMO
          
Por Laíse Santos Cabral de Oliveira
Psicóloga - Casa Durval Paiva
CRP 17-3166

A descoberta do câncer e das doenças hematológicas crônicas traz o medo da dor, do sofrimento, da mutilação e a insegurança em relação ao futuro devido ao risco de morte. Assim, se faz extremamente necessário o suporte a criança, aos seus familiares e, não diferentemente, aos cuidadores profissionais.

O trabalho assistencial em saúde é uma atividade profissional que envolve estar em contato íntimo com as situações mais temidas pelo ser humano: a doença, a dor, o sofrimento, o desamparo e a morte. Aqueles que cuidam de pessoas doentes sofrem um desgaste, seja ele físico ou emocional. Muitas vezes, existe o surgimento de sentimentos ambivalentes, inconsciente ou não, que causam situações estressantes, de forte tensão.  Há expressões psicológicas de medo, desespero, pânico, depressão, revolta, desconfiança, agressividade e várias outras.

Partindo da ideia de que cuidar é estabelecer relações e participar de modo ativo delas, pode-se dizer que a equipe da Casa Durval Paiva se propõe a isso, a cuidar dos pacientes e seus familiares. Quando o objetivo do trabalho é o cuidado, é importante ficar atento aos dois lados dessa experiência: aquele que recebe os cuidados e o cuidador. Cada um deles terá a vivência de um modo único, com as suas singularidades. Ambos são afetados a depender da intensidade e do tipo de relação que foi estabelecida.

A vinculação do profissional com seu paciente alimenta afetivamente tanto paciente quanto o profissional. Diante dessa afetação tida pelos cuidadores profissionais, pode-se considerar que é necessário que eles preservem um espaço para lidar internamente com o alto valor que se paga ao se aproximar do sofrimento do outro. É preciso pensar em como definir uma clara noção dos limites pessoais e responsabilidades (do profissional), relacionados a influencia que se pode ter sobre os pacientes.

Fatores como a história pessoal – suas vivências anteriores - e profissional do cuidador podem dar origem a tensões importantes. Lembrando que na maioria das formações dos cursos da saúde, a morte é tida como um fracasso e talvez por isso se tenha a dificuldade dos profissionais de lidar com a perda no contexto dos cuidados em saúde. Além disso, na realidade da Casa de Apoio Durval Paiva, os pacientes e familiares passam um longo tempo hospedados na instituição, o que se assemelha aos pacientes que ficam internados em hospitais por um longo período ou dos pacientes crônicos que são acompanhados por uma mesma equipe por muitos anos. O fato de ter um contato prolongado pode ser um dos fatores que intensifica a relação entre os pacientes/familiares e os profissionais.

A equipe frequentemente oferece apoio aos pacientes e familiares e não têm tempo e espaço para elaborar o pesar pelo sofrimento e morte de seus pacientes. A rotina de que sempre há alguém para ser atendido ou algo para fazer faz com que os profissionais deixem para entrar em contato com os seus sentimentos em um momento posterior. Às vezes, esse momento não chega, é sempre adiado, por priorizar o cuidado do outro. Cuidar é um ato de amor ao outro, mas não se pode esquecer que também deve ser um ato de amor consigo mesmo. É preciso reconhecer os limites e respeitar os sentimentos. Estar atento aos sinais que o corpo dá para evitar o surgimento de sintomas.

CÁRIE DE RADIAÇÃO: UMA CONSEQUÊNCIA DO TRATAMENTO RADIOTERÁPICO

Por Eloisa Alexsandra Lopes 
Dentista - Casa Durval Paiva 
CRO/RN 3663

A cavidade oral é um importante local de ocorrência de tumores malignos. A radioterapia é atualmente o tratamento considerado de primeira escolha para o câncer de cabeça e pescoço. Podendo ser utilizada unicamente ou associada a outros métodos de tratamento. As complicações bucais clínicas da radiação incluem cárie de radiação, mucosite, xerostomia (boca seca), perda do paladar, osteorradionecrose e trismo (dificuldade para abrir a boca). Frente a isso, o cirurgião dentista tem um papel fundamental no acompanhamento do paciente oncológico nas diferentes fases terapêuticas contra o câncer de cabeça e pescoço, antes, durante e após o tratamento, visando minimizar os efeitos causados pelo tratamento radioterápico.

As cáries de radiação são cáries decorrentes do emprego da radioterapia na região da cabeça e do pescoço, a qual exerce efeitos danosos diretamente nos dentes. Iniciam-se três a quatro meses após a radioterapia e podem apresentar total destruição dos dentes em dois anos.  Esse tipo de cárie se caracteriza pela progressão rápida e pela forma mais agressiva com que atinge os dentes. Sem tratamento, a doença pode levar a destruição completa da coroa e a desmineralização dos dentes.

Além dos efeitos diretos sobre os dentes, a radiação atua indiretamente, aumentando o risco de cárie por meio de diminuição do fluxo salivar. Tal redução denominada xerostomia (boca seca), é consequência direta do tratamento radioterapêutico e propicia o surgimento das cáries de radiação. O paciente irradiado produz saliva de qualidade pobre e em pouca quantidade, incapaz de neutralizar os ácidos secretados e de remineralizar o esmalte do dente. 

O tratamento mais eficaz nesses casos é a prevenção. O paciente deve ser orientado quanto à higiene bucal, restrição de açúcar na dieta, uso de saliva artificial, aplicação tópica de flúor ou bochechos com soluções remineralizadora, assim como, reforçar a escovação eficiente dos dentes. Dessa forma, o paciente que passa por sessões de radioterapia, mesmo que não desconfie de nenhuma cárie, orienta-se ir ao dentista para avaliar se está tudo bem e ser orientado quanto ao tratamento para esse problema bucal, pois vai depender muito de cada paciente e suas especificidades. Existem protocolos de prevenção variáveis, baseados em situações bucais também variáveis. Estes relacionam-se a idade, tamanho da neoplasia maligna, entre outros fatores.

Após o termino da terapia oncológica deve-se realizar o acompanhamento  do paciente por no mínimo um ano, já que podem ocorrer os efeitos tardios.
Assessora de Imprensa Casa Durval Paiva
Fotos relacionadas à divulgação
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário

Copyright © AssessoRN.com | Suporte: Mais Template