Nutricionista esclarece diagnóstico e como
os produtos sem lactose devem ser consumidos
Nas
prateleiras dos comércios de alimentos é perceptível a crescente oferta de
produtos “sem lactose”, açúcar presente no leite e derivados. A inovação dos
fabricantes acompanha o cenário de descoberta da alteração no processo de
digestão do nutriente, cada vez mais presente na sociedade: a intolerância à
lactose. No mundo inteiro, de 60% a 70% da população apresenta alguma
dificuldade de digerir a lactose. No Brasil, segundo os dados recentes do
Datafolha, calcula-se que 35% da população acima de 16 anos, cerca de 53
milhões de pessoas, relatam algum tipo de desconforto digestivo após o consumo
de derivados do leite.
“A
intolerância é a dificuldade do organismo em digerir a lactose, ocasionado pela
não produção da enzima lactase ou produção em quantidade insuficiente para
realizar a digestão. Os sintomas da intolerância vão desde a distensão
abdominal à diarreia”, relata a professora de Nutrição da Estácio Ponta Negra,
Sandra Prudente. Os estudos referentes à descoberta da intolerância à lactose
são recentes, e, com a modernização dos exames de saúde, os diagnósticos têm
sido mais precisos. Por isso, aparentemente, há mais casos nos últimos anos.
Embora
alguns casos sejam de predisposição genética, segundo a Federação Brasileira de
Gastroenterologia, a produção da enzima lactase diminui com a idade e, com
isso, várias pessoas chegam a aumentar a deficiência ao longo dos anos.
Estima-se que, no Brasil, até 50% da população possa vir a desenvolver
intolerância à lactose. A pesquisa do Datafolha, publicada em julho deste ano,
mostra ainda que apenas 4% dos entrevistados relatam terem procurado ajuda
médica e, dentre esses, 1% foi diagnosticado com Intolerância à lactose - o que
corresponde a 1,5 milhão de pessoas. As mulheres apresentam maior incidência da
doença (59% dos casos).
Quanto aos
produtos, a crescente diversidade auxilia aos intolerantes a cumprir suas
dietas de restrição. “Nos produtos rotulados como ‘sem lactose’, a substância
não é retirada deles, o que se faz é introduzir neles a enzima responsável pela
sua quebra, a lactase”, explica. Por
causa deste processamento, acrescenta a professora, muitas vezes há diferença
na coloração ou até sabor do alimento, mas ele continua com seu valor
nutricional.
É importante
ressaltar que estes produtos não estão isentos de leite e por isso não são
indicado aos alérgicos ao leite. Há diferenças entre a intolerância à lactose e
a alergia ao leite, o que ainda é confundido por muitas pessoas. “A alergia é
relacionada às proteínas do leite e tem uma reação imunológica: o corpo produz
anticorpos para combater estas proteínas”, relata. Na alergia, diversos
problemas se manifestam como dermatite, rinite, etc. No caso da intolerância os
sintomas são no aparelho digestivo, devido à reação de o organismo eliminar o
leite do corpo, como através da diarreia.
Embora os
dois mecanismos sejam completamente diferentes, ambos os casos afetam o
bem-estar e a saúde de muita gente e, na falta de acompanhamento médico e/ ou
nutricional, sofrem muito. “Caso haja a suspeita de intolerância o ideal é
procurar um médico e um nutricionista para que seja diagnosticado e tratado de
maneira a proporcionar ao paciente uma orientação adequada e qualidade de
vida”, reforça. [por assessoria de
imprensa]
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