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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Aumento da intolerância à lactose abre espaço para novos produtos

Nutricionista esclarece diagnóstico e como os produtos sem lactose devem ser consumidos

Nas prateleiras dos comércios de alimentos é perceptível a crescente oferta de produtos “sem lactose”, açúcar presente no leite e derivados. A inovação dos fabricantes acompanha o cenário de descoberta da alteração no processo de digestão do nutriente, cada vez mais presente na sociedade: a intolerância à lactose. No mundo inteiro, de 60% a 70% da população apresenta alguma dificuldade de digerir a lactose. No Brasil, segundo os dados recentes do Datafolha, calcula-se que 35% da população acima de 16 anos, cerca de 53 milhões de pessoas, relatam algum tipo de desconforto digestivo após o consumo de derivados do leite.

“A intolerância é a dificuldade do organismo em digerir a lactose, ocasionado pela não produção da enzima lactase ou produção em quantidade insuficiente para realizar a digestão. Os sintomas da intolerância vão desde a distensão abdominal à diarreia”, relata a professora de Nutrição da Estácio Ponta Negra, Sandra Prudente. Os estudos referentes à descoberta da intolerância à lactose são recentes, e, com a modernização dos exames de saúde, os diagnósticos têm sido mais precisos. Por isso, aparentemente, há mais casos nos últimos anos.

Embora alguns casos sejam de predisposição genética, segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia, a produção da enzima lactase diminui com a idade e, com isso, várias pessoas chegam a aumentar a deficiência ao longo dos anos. Estima-se que, no Brasil, até 50% da população possa vir a desenvolver intolerância à lactose. A pesquisa do Datafolha, publicada em julho deste ano, mostra ainda que apenas 4% dos entrevistados relatam terem procurado ajuda médica e, dentre esses, 1% foi diagnosticado com Intolerância à lactose - o que corresponde a 1,5 milhão de pessoas. As mulheres apresentam maior incidência da doença (59% dos casos).

Quanto aos produtos, a crescente diversidade auxilia aos intolerantes a cumprir suas dietas de restrição. “Nos produtos rotulados como ‘sem lactose’, a substância não é retirada deles, o que se faz é introduzir neles a enzima responsável pela sua quebra, a lactase”, explica.  Por causa deste processamento, acrescenta a professora, muitas vezes há diferença na coloração ou até sabor do alimento, mas ele continua com seu valor nutricional.

É importante ressaltar que estes produtos não estão isentos de leite e por isso não são indicado aos alérgicos ao leite. Há diferenças entre a intolerância à lactose e a alergia ao leite, o que ainda é confundido por muitas pessoas. “A alergia é relacionada às proteínas do leite e tem uma reação imunológica: o corpo produz anticorpos para combater estas proteínas”, relata. Na alergia, diversos problemas se manifestam como dermatite, rinite, etc. No caso da intolerância os sintomas são no aparelho digestivo, devido à reação de o organismo eliminar o leite do corpo, como através da diarreia.

Embora os dois mecanismos sejam completamente diferentes, ambos os casos afetam o bem-estar e a saúde de muita gente e, na falta de acompanhamento médico e/ ou nutricional, sofrem muito. “Caso haja a suspeita de intolerância o ideal é procurar um médico e um nutricionista para que seja diagnosticado e tratado de maneira a proporcionar ao paciente uma orientação adequada e qualidade de vida”, reforça. [por assessoria de imprensa]
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