Um coquetel anticâncer no cardápio!
Por
Priscylla Kelly Abrantes
Nutricionista - Casa Durval Paiva
CRN 14096
Já é sabido
que o câncer infanto juvenil, ao contrário do câncer em adultos, não está
ligado ao estilo de vida e aos fatores de risco ambientais para seu
acometimento. Normalmente é resultado de uma ou múltiplas alterações do DNA que
ocorrem antes mesmo do nascimento da criança.
No entanto,
uma alimentação saudável e um acompanhamento nutricional adequado continuam
sendo essenciais ao tratamento, sendo um dos principais fatores responsáveis
pela melhor resposta às terapias (quimioterapias, radioterapias e/ou cirurgias)
e menores índices de recaídas. Assim sendo, nas estratégias nutricionais de
combate ao câncer e às consequências do tratamento, determinados alimentos tem
seus “efeitos especiais” e são indispensáveis à dieta deste público, pois em
sua composição são ricos dos chamados compostos fitoquímicos.
Os compostos
fitoquímicos são substâncias naturalmente desenvolvidas pelas plantas que
permitem sua defesa contra as infecções e danos causados pelos microrganismos,
insetos ou outros predadores. Entretanto, este papel de proteção não se limita
aos seus efeitos para a boa saúde das plantas; essas moléculas também tem um
papel essencial no sistema de defesa contra o desenvolvimento do câncer.
E, ao
contrário do que se pode imaginar, estes alimentos já estão inseridos em nossa
cultura alimentar. A cúrcuma, por exemplo, possui numerosas propriedades
anticancerígenas, e pode ser encontrada no açafrão da terra, tendo seu efeito
potencializado quando combinada com a piperina, substância presente na pimenta
preta, também conhecida como “pimenta do reino”. O alho, a cebola e a
cebolinha, possuem os compostos sulfurados, que apresentam também diversos
efeitos no combate ao câncer. A couve (folha e flor) contém os glicosinolatos,
que freiam o desenvolvimento do câncer, impedindo as substâncias cancerígenas
de causarem maiores danos às células saudáveis.
Nas
refeições oferecidas aos pacientes assistidos na Casa Durval Paiva, temos
buscado sempre incluir nas preparações diárias estes alimentos e muitos outros,
como a semente de linhaça e chia, por exemplo, os sucos cítricos, o abacate, o
cacau; além de diversos temperos, procurando somar sabor e saúde ao cardápio.
Lembrando
também que o acompanhamento nutricional individualizado feito por um
profissional especializado é essencial, pois é nesse momento que serão
observadas todas as demandas e especificidades sobre o tipo de doença e
procedimentos que serão realizados, bem como, erros alimentares, condições
socioeconômicas, disponibilidade dos alimentos; aspectos que são fundamentais
para melhor adesão e assimilação das orientações dietéticas.
Atendimento educacional hospitalar e
domiciliar para as crianças e adolescentes em tratamento oncológico
Por Gabriella
Pereira do Nascimento
Coordenadora Pedagógica - Casa Durval Paiva
Para os
alunos, o fato de estarem em tratamento médico não os impede de estudar,
brincar, jogar e construir. O atendimento Escolar Hospitalar/Domiciliar não
deve ser visto como uma forma de ocupar os pacientes, mas como um direito que
eles têm de continuar estudando, mesmo não dispondo dos meios comuns, como na
escola regular.
Segundo o
documento de orientação para o serviço nas classes hospitalares e domiciliares,
tem direito ao atendimento escolar os alunos do ensino básico internados em
hospital, em serviços ambulatoriais de atenção integral à saúde ou em
domicílio; alunos que estão impossibilitados de frequentar a escola por razões
de proteção à saúde ou segurança abrigados em casas de apoio, casas de
passagem, casas-lar e residências terapêuticas.
Através do
trabalho desenvolvido pela Sala de Apoio Pedagógico (SAP), na Casa de apoio e
no hospital de referência é possível a promoção do desenvolvimento integral de
crianças e adolescentes de diversas faixas etárias, na perspectiva de minimizar
as perdas educacionais ocasionadas pelas dificuldades de acesso à escola ou
pelo afastamento escolar total/parcial devido ao tratamento oncológico ou
hematológico crônico.
As
atividades desenvolvidas nas classes hospitalares/domiciliares ajudam no
processo de desenvolvimento da autonomia e independência necessárias aos
alunos/pacientes, resgatando, dentro do possível, sua rotina e levando ânimo
para enfrentar as dificuldades ocasionadas pelo tratamento médico.
Em virtude
da descoberta do câncer ainda nos primeiros anos de vida, tem-se, por exemplo,
crianças que tem na classe hospitalar sua primeira experiência escolar. Outros,
em processo de alfabetização, adquirem as habilidades de leitura e escrita por
meio do atendimento pedagógico no hospital e na casa de apoio, os adolescentes
(fase mais difícil de aceitação do atendimento pedagógico) dão continuidade aos
estudos buscando referência para um futuro promissor com vistas à
profissionalização e a imersão no ensino superior. Além disso, ainda é
efetivado o resgate dos alunos que já eram advindos de um processo de fracasso
escolar, mas que buscavam na Educação de Jovens e Adultos o resgate da sua
escolarização; com o atendimento pedagógico hospitalar/domiciliar conseguem dar
continuidade a ele, não sendo a doença mais um fator provocador de sua
desistência.
Nesse
sentido, através de atividades pedagógicas interdisciplinares de estímulo à
aprendizagem, propicia-se o resgate pelo conhecimento de mundo despertando a
necessidade do saber, a busca pela participação efetiva das rotinas de
atividades, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social,
além de garantido o direto básico à educação prevista na Constituição Federal
do Brasil de 1988 e, quando obtido sucesso no tratamento médico, oportuniza a
reinserção escolar do aluno/paciente atendido.
Assim, a
partir do trabalho realizado numa perspectiva essencialmente lúdica e
interdisciplinar, nota-se a importância do atendimento pedagógico
hospitalar/domiciliar. Além da promoção de um direto básico do cidadão a
educação, amplia sua atuação através de uma prática terapeutizante, o que
possibilita a reinserção social numa perspectiva inclusiva, oferecendo a esta
criança/adolescente a oportunidade de retomar o mínimo da sua rotina para além
do tratamento médico hospitalar.
Atuação do Assistente Social no atendimento
oncológico infantil
Por Cícera
Katiucia da Silva
Assistente Social – Casa Durval Paiva
CRESS/RN 3595
O trabalho
do Assistente Social inclui-se como atividade chave no atendimento a crianças e
adolescentes com câncer. Uma vez que se configura como um profissional apto a
atuar em todos os espaços e recantos em que as desigualdades sociais se fizerem
presentes, com repercussões no campo dos direitos e garantias fundamentais e na
violação de direitos no universo familiar - núcleo da criança e do adolescente
- em especial as crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas
crônicas.
Assim,
torna-se imprescindível o olhar e a intervenção deste profissional, tendo em
vista que sua capacidade de apreender as realidades pelas quais perpassam essas
crianças e adolescentes permite a interação entre o profissional e a família,
possibilitando observar suas especificidades.
Tendo por
base o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei 8.069/90 que propõe a
instauração de uma equipe interprofissional, destacamos a importância da
prática do serviço social, representando uma necessidade para o público alvo, a
quem se direciona esta Lei. A Casa Durval Paiva contribui nessa perspectiva
para o resgate da cidadania e dignidade proporcionando melhor qualidade de vida
as crianças e adolescentes cadastradas bem como suas famílias.
O assistente
social na casa de apoio exerce em especial, dentre outras atribuições, à função
de perito, uma vez que em seu cotidiano desempenha atividades que contribuem
para o diagnóstico da realidade vivenciada por cada paciente. Realidade essa
diagnosticada, principalmente, durante a realização das visitas domiciliares.
Destaca-se ainda o atendimento e o encaminhamento de pacientes para realização
de consultas e exames, além de orientações a acompanhantes familiares.
É importante
destacar que a atuação do assistente social, nesse contexto, não se dá
isoladamente, tendo em vista a vulnerabilidade como se apresentam os pacientes
e familiares (em estado de sofrimento, angústia ou aparente passividade),
acarretados pela descoberta do diagnóstico de câncer, conflitos familiares ou
ausência de políticas públicas que contemplem essas famílias, obrigando a
acionar em determinados casos a rede de atendimento do seu município - um dos
maiores desafios no exercício profissional, além da análise da realidade social
na qual está inserido o público alvo, a criação de intervenções que possam ser
executadas mediante todo esse contexto.
Assim, a
necessidade de conhecer a realidade dos pacientes para poder intervir, atrelado
à devida apropriação das competências e atribuições que regulamenta a profissão
(Lei 8.662/93) configura-se como um dos parâmetros que facilitam e possibilitam
a dimensão técnico-operativa profissional, ou seja, proporciona a intervenção
por meio de instrumentos como entrevistas e visitas domiciliares, impulsionando
o assistente social a ser propositivo e criativo, para enfrentar as múltiplas
expressões da questão social, que perpassam o núcleo familiar de crianças e
adolescentes com câncer.
Assessoria de Imprensa Casa Durval Paiva
(84) 4006.1600/ 9981-3474/ 9622-4544
Na luta contra o câncer, quanto
mais cedo, melhor!
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