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terça-feira, 21 de março de 2017

Artigos da Casa Durval Paiva; Por Priscylla Kelly Abrantes, Gabriella Pereira e Cícera Katiucia da Silva

Um coquetel anticâncer no cardápio!

Por Priscylla Kelly Abrantes
Nutricionista - Casa Durval Paiva
CRN 14096

Já é sabido que o câncer infanto juvenil, ao contrário do câncer em adultos, não está ligado ao estilo de vida e aos fatores de risco ambientais para seu acometimento. Normalmente é resultado de uma ou múltiplas alterações do DNA que ocorrem antes mesmo do nascimento da criança.

No entanto, uma alimentação saudável e um acompanhamento nutricional adequado continuam sendo essenciais ao tratamento, sendo um dos principais fatores responsáveis pela melhor resposta às terapias (quimioterapias, radioterapias e/ou cirurgias) e menores índices de recaídas. Assim sendo, nas estratégias nutricionais de combate ao câncer e às consequências do tratamento, determinados alimentos tem seus “efeitos especiais” e são indispensáveis à dieta deste público, pois em sua composição são ricos dos chamados compostos fitoquímicos.

Os compostos fitoquímicos são substâncias naturalmente desenvolvidas pelas plantas que permitem sua defesa contra as infecções e danos causados pelos microrganismos, insetos ou outros predadores. Entretanto, este papel de proteção não se limita aos seus efeitos para a boa saúde das plantas; essas moléculas também tem um papel essencial no sistema de defesa contra o desenvolvimento do câncer.

E, ao contrário do que se pode imaginar, estes alimentos já estão inseridos em nossa cultura alimentar. A cúrcuma, por exemplo, possui numerosas propriedades anticancerígenas, e pode ser encontrada no açafrão da terra, tendo seu efeito potencializado quando combinada com a piperina, substância presente na pimenta preta, também conhecida como “pimenta do reino”. O alho, a cebola e a cebolinha, possuem os compostos sulfurados, que apresentam também diversos efeitos no combate ao câncer. A couve (folha e flor) contém os glicosinolatos, que freiam o desenvolvimento do câncer, impedindo as substâncias cancerígenas de causarem maiores danos às células saudáveis.

Nas refeições oferecidas aos pacientes assistidos na Casa Durval Paiva, temos buscado sempre incluir nas preparações diárias estes alimentos e muitos outros, como a semente de linhaça e chia, por exemplo, os sucos cítricos, o abacate, o cacau; além de diversos temperos, procurando somar sabor e saúde ao cardápio.

Lembrando também que o acompanhamento nutricional individualizado feito por um profissional especializado é essencial, pois é nesse momento que serão observadas todas as demandas e especificidades sobre o tipo de doença e procedimentos que serão realizados, bem como, erros alimentares, condições socioeconômicas, disponibilidade dos alimentos; aspectos que são fundamentais para melhor adesão e assimilação das orientações dietéticas.

Atendimento educacional hospitalar e domiciliar para as crianças e adolescentes em tratamento oncológico

Por Gabriella Pereira do Nascimento
Coordenadora Pedagógica - Casa Durval Paiva

Para os alunos, o fato de estarem em tratamento médico não os impede de estudar, brincar, jogar e construir. O atendimento Escolar Hospitalar/Domiciliar não deve ser visto como uma forma de ocupar os pacientes, mas como um direito que eles têm de continuar estudando, mesmo não dispondo dos meios comuns, como na escola regular.

Segundo o documento de orientação para o serviço nas classes hospitalares e domiciliares, tem direito ao atendimento escolar os alunos do ensino básico internados em hospital, em serviços ambulatoriais de atenção integral à saúde ou em domicílio; alunos que estão impossibilitados de frequentar a escola por razões de proteção à saúde ou segurança abrigados em casas de apoio, casas de passagem, casas-lar e residências terapêuticas.

Através do trabalho desenvolvido pela Sala de Apoio Pedagógico (SAP), na Casa de apoio e no hospital de referência é possível a promoção do desenvolvimento integral de crianças e adolescentes de diversas faixas etárias, na perspectiva de minimizar as perdas educacionais ocasionadas pelas dificuldades de acesso à escola ou pelo afastamento escolar total/parcial devido ao tratamento oncológico ou hematológico crônico.

As atividades desenvolvidas nas classes hospitalares/domiciliares ajudam no processo de desenvolvimento da autonomia e independência necessárias aos alunos/pacientes, resgatando, dentro do possível, sua rotina e levando ânimo para enfrentar as dificuldades ocasionadas pelo tratamento médico.        

Em virtude da descoberta do câncer ainda nos primeiros anos de vida, tem-se, por exemplo, crianças que tem na classe hospitalar sua primeira experiência escolar. Outros, em processo de alfabetização, adquirem as habilidades de leitura e escrita por meio do atendimento pedagógico no hospital e na casa de apoio, os adolescentes (fase mais difícil de aceitação do atendimento pedagógico) dão continuidade aos estudos buscando referência para um futuro promissor com vistas à profissionalização e a imersão no ensino superior. Além disso, ainda é efetivado o resgate dos alunos que já eram advindos de um processo de fracasso escolar, mas que buscavam na Educação de Jovens e Adultos o resgate da sua escolarização; com o atendimento pedagógico hospitalar/domiciliar conseguem dar continuidade a ele, não sendo a doença mais um fator provocador de sua desistência.

Nesse sentido, através de atividades pedagógicas interdisciplinares de estímulo à aprendizagem, propicia-se o resgate pelo conhecimento de mundo despertando a necessidade do saber, a busca pela participação efetiva das rotinas de atividades, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, além de garantido o direto básico à educação prevista na Constituição Federal do Brasil de 1988 e, quando obtido sucesso no tratamento médico, oportuniza a reinserção escolar do aluno/paciente atendido.

Assim, a partir do trabalho realizado numa perspectiva essencialmente lúdica e interdisciplinar, nota-se a importância do atendimento pedagógico hospitalar/domiciliar. Além da promoção de um direto básico do cidadão a educação, amplia sua atuação através de uma prática terapeutizante, o que possibilita a reinserção social numa perspectiva inclusiva, oferecendo a esta criança/adolescente a oportunidade de retomar o mínimo da sua rotina para além do tratamento médico hospitalar.

Atuação do Assistente Social no atendimento oncológico infantil

Por Cícera Katiucia da Silva
Assistente Social – Casa Durval Paiva
CRESS/RN 3595

O trabalho do Assistente Social inclui-se como atividade chave no atendimento a crianças e adolescentes com câncer. Uma vez que se configura como um profissional apto a atuar em todos os espaços e recantos em que as desigualdades sociais se fizerem presentes, com repercussões no campo dos direitos e garantias fundamentais e na violação de direitos no universo familiar - núcleo da criança e do adolescente - em especial as crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas crônicas.

Assim, torna-se imprescindível o olhar e a intervenção deste profissional, tendo em vista que sua capacidade de apreender as realidades pelas quais perpassam essas crianças e adolescentes permite a interação entre o profissional e a família, possibilitando observar suas especificidades.

Tendo por base o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei 8.069/90 que propõe a instauração de uma equipe interprofissional, destacamos a importância da prática do serviço social, representando uma necessidade para o público alvo, a quem se direciona esta Lei. A Casa Durval Paiva contribui nessa perspectiva para o resgate da cidadania e dignidade proporcionando melhor qualidade de vida as crianças e adolescentes cadastradas bem como suas famílias.

O assistente social na casa de apoio exerce em especial, dentre outras atribuições, à função de perito, uma vez que em seu cotidiano desempenha atividades que contribuem para o diagnóstico da realidade vivenciada por cada paciente. Realidade essa diagnosticada, principalmente, durante a realização das visitas domiciliares. Destaca-se ainda o atendimento e o encaminhamento de pacientes para realização de consultas e exames, além de orientações a acompanhantes familiares.

É importante destacar que a atuação do assistente social, nesse contexto, não se dá isoladamente, tendo em vista a vulnerabilidade como se apresentam os pacientes e familiares (em estado de sofrimento, angústia ou aparente passividade), acarretados pela descoberta do diagnóstico de câncer, conflitos familiares ou ausência de políticas públicas que contemplem essas famílias, obrigando a acionar em determinados casos a rede de atendimento do seu município - um dos maiores desafios no exercício profissional, além da análise da realidade social na qual está inserido o público alvo, a criação de intervenções que possam ser executadas mediante todo esse contexto.

Assim, a necessidade de conhecer a realidade dos pacientes para poder intervir, atrelado à devida apropriação das competências e atribuições que regulamenta a profissão (Lei 8.662/93) configura-se como um dos parâmetros que facilitam e possibilitam a dimensão técnico-operativa profissional, ou seja, proporciona a intervenção por meio de instrumentos como entrevistas e visitas domiciliares, impulsionando o assistente social a ser propositivo e criativo, para enfrentar as múltiplas expressões da questão social, que perpassam o núcleo familiar de crianças e adolescentes com câncer.

Assessoria de Imprensa Casa Durval Paiva
(84) 4006.1600/ 9981-3474/ 9622-4544
Na luta contra o câncer, quanto mais cedo, melhor!
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