Luciano Capistrano*
PAX
Travessa memória,
Patrimônio em perigo.
Travessa rocha, maresia,
Pé de moleque, caminho de um tempo
perdido.
Foto reproduzida página
jzs/divulgação
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O Patrimônio Cultural é um grande aliado das políticas de incentivo as
atividades do turismo, segmento importante de nossa economia. Uma cidade não
restrita a praias e sol, Natal, é dos poetas, poetisas, dos folguedos
populares, dos Potiguara, Europeus, Africanos, são gestos e saberes herdados
dos povos fazedores do hoje natalense.
Insisto, mais uma vez, na questão da valorização e preservação dos
vestígios dessas culturas, nativas e vindas do além mar, que aqui se
encontraram, um encontro nada pacifico, é verdade, mas neste caldeirão cultural
encontramos no Araruna, do mestre Cornélio, no Boi Calemba de Manoel
Marinheiro, no Mamulengo de Chico Daniel, na Ginga com Tapioca de Dona Zefinha,
nos saberes e fazeres das mestras e mestres artesãs das xilogravuras, dos
cordéis, da escrita poética de Palmyra Wanderley, as pinturas de Newton
Navarro, somos encontros e desencontros, para além do sol e mar, temos CULTURA.
Nestes tempos de eleições, aproveitemos, façamos o diálogo das ideias,
pensemos sobre nosso Patrimônio Cultural, afinal de contas, depositaremos nas
urnas, em outubro, a cidade que queremos, e, uma cidade se faz com saúde,
educação, emprego, moradia, mobilidade, ..., e, claro Cultura, a nossa
identidade cultural é nossa digital enquanto povo, por isso faz necessário,
incluirmos neste debate os caminhos e descaminhos de nossa política de
preservação do Patrimônio Cultural.
Pensar uma política de preservação do Patrimônio Cultural, não restrita
as áreas centrais da cidade, tem de se ter um olhar sobre as áreas periféricas,
ações voltadas para o grandioso, o espetáculo dos grandes festivais, mais uma
ação efetiva com relação ao micro, aquele produtor de cultura das comunidades,
sem esta ação pautada na diversidade dos segmentos culturais, apoiando
intervenções culturais geograficamente democrática, assim, além de cultura,
está-se fazendo política de segurança pública.
Um dos obstáculos ao turismo cultural é a falta de cuidados com nossos
espaços, potencialmente aptos para o desenvolvimento dessa atividade econômica.
Como exemplo, cito as Praças, Gentil Ferreira, Padre João Maria, Praça Sete de
Setembro, Praça André de Albuquerque, o Cemitério do Alecrim, as feiras, das
Rocas, do Alecrim, de Nova Natal, os mercados, da Avenida Seis, de Petrópolis,
da Redinha, enfim, Natal pode oferecer um leque imenso de opções para o
turista, o problema é adequar este lugares ou melhorar o acolhimento e a
urbanização destes espaços, transformando deste modo em lugares atrativos do
ponto de vista do turista e especificamente daquele turista havido em conhecer
os aspectos culturais do lugar que estar visitando.
A antiga Ponte de Igapó, linda nas suas linhas moldadas no ferro, sobre
o rio Potengi, um potencial lugar turístico, a espera, agonizando, por uma
restauração, a exemplo também da Travessa Pax, com suas ultimas rochas,
lembrando uma época em que a cidade de Natal conheceu suas primeiras ruas
calçadas. Amigo velho, se o poder público, a sociedade civil organizada, não
dialogar sobre estes “lugares de memórias”, tombaram um a um. Antes de outubro,
façamos como foi feito com relação à Escola Estadual ATHENEU, organizemos uma
grande abraço ao nosso Patrimônio Histórico e exijamos dos postulantes ao cargo
de prefeito e de vereador, o compromisso de colocar na agenda o PATRIMÔNIO
CULTURAL, sua PRESERVAÇÃO.
Nestes tempos de eleições façamos os seguintes questionamentos: Qual é a
cidade que queremos? E o nosso Patrimônio Cultural?
*Professor da Escola Estadual Myriam
Coeli - Historiador do Parque da Cidade / com post na página do Jornal Zona Sul.
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