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domingo, 31 de julho de 2016

É preciso ser atento e forte

Por Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com

De um tempo pra cá tudo despenca no Rio Grande do Norte. Morreu João Faustino “vítima de uma bala perdida”. Um ex-governador está preso e pode ir para a colônia penal. Divertimento não existe mais porque o nosso futebol esfrangalhou-se. Tá na penúria. No Poder Judiciário, por muito tempo, precatório virou peculato e pecúlio nas mãos de poucos. O Poder Legislativo chegou a ser fechado. Militares cercaram o prédio por 48 horas. Foi constrangedor. No sertão tudo está seco. A barragem, o rio, a lagoa, o bolso e a saliva do agricultor. Tudo no volume morto.

A droga sim, a droga existe prolífera. E mata. O homicídio vai de barreira a barreira. Enquanto o governo desfila em carro alegórico com batalhões de soldados, veículos de choque de todos os modelos e dizeres, além de armas e chavões assinalados nas rádios e emissoras de TV, deduz-se que vai “bem”. O povo acredita mais na segurança do invisível do que na bazófia do palpável. As estatísticas não mentem jamais.

A credibilidade do governo cai, devagar, devagarinho, igual ao raciocínio do governante. Se fosse líder, realmente, sem represar ressentimentos, mostraria sim, que foi eleito porque teve mais votos e não porque o competidor teve menos. Vimos, no passado, governador de quem se esperava pouco e, no entanto, fez muito. Seu nome: Lavoisier Maia Sobrinho. Simplório, médico e sem leitura humanística. Mas, a saúde melhorou, a segurança, a educação e até, veja bem, a cultura.

Pousar como clichê, vitrine, saído de salões de beleza, de clínicas e de academias de massagem, fazem o político perder o foco, o cheiro do povo, o rumo e o prumo. É preciso ficar atento e forte com as últimas perdas e danos que sacudiram o Rio Grande do Norte, permanente perdedor das disputas econômicas com o Ceará e Pernambuco. A invasão do outrora “imexível” Fundo Previdenciário é outro descalabro, sem retorno e sem volta. Qual a criança de hoje, que se elegerá governador lá em 2040 a fim de devolver aos aposentados essa dinheirama? Cabe perguntar: qual pacto foi celebrado pelo atual governo com o fito de impor toque de silêncio sobre o atestado de óbito do governo passado?  Essa foi mais uma tragédia que se abateu sobre a administração pública sem o sopro da fumaça do bom Direito.

Outros indicadores negativos se abateram sobre a terra do índio Poti, nesses nove meses sem nada de bom para celebrar. Em toda a área urbana de Natal está refletida a imagem da crise. Já ultrapassa a casa de mil o número de imóveis para venda e aluguel. No comércio e nas indústrias – o desemprego é galopante. E o governo pede aumento de mais impostos! Se o leitor percorrer (após o último aumento dos combustíveis) as principais malhas viárias, especialmente as de escoamento, verá que diminuiu a circulação de veículos.

A cidade parece empobrecida. Por último, há de ser convir, que gestão nenhuma vai pra frente sem diálogo, debate, etc. Ninguém pode ser auto-suficiente. Na Assembléia Legislativa, ou em qualquer plenário partidário: quem cala – consente. E o governador dever ser humano e humilde para ouvir. Descer do palanque. Não mentir pra si mesmo. Muito menos para o povo.

*Escritor / com post na página do Jornal Zona Sul
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