Garibaldi homenageia centenário de Djalma Maranhão
em sessão do Senado
“Djalma
morreu, mas seu legado continua vivo nos corações e mentes que conheceram seu
trabalho”. A observação foi feita pelo senador Garibaldi Filho durante sessão
especial do Senado em homenagem ao centenário de nascimento de Djalma Maranhão.
Deputado estadual, prefeito de Natal, deputado federal e líder da resistência
em todos os momentos em que a democracia brasileira se viu atacada, o político
potiguar nasceu no dia 27 de novembro de 1915, em Natal.
No seu
primeiro período como prefeito de Natal, Djalma Maranhão modernizou a gestão ao
introduzir o Cadastro Fiscal da Prefeitura e o Código Tributário Municipal,
além de regularizar o pagamento dos impostos sobre a atividade industrial e
laboral, que naquela época eram arrecadados pelos municípios. “Com austeridade
fiscal e zelo pelo erário, ele saneou as contas da prefeitura e pôde canalizar
recursos para investimentos prioritários em educação e cultura”, comentou
Garibaldi Filho.
Na segunda
vez que exerceu o cargo de prefeito, Djalma Maranhão estabeleceu uma política
educacional que se tornou conhecida em todo o país. Sua campanha “De pé no Chão
também se aprende a ler” foi reconhecida por educadores como Anísio Teixeira e
Darcy Ribeiro, que elogiaram sua originalidade e eficácia. Ele também investiu
na valorização e preservação da cultura popular, baseada nos estudos dos
potiguares Luiz de Câmara Cascudo e Veríssimo de Melo.
Familiares
de Djalma Maranhão participaram da sessão especial, entre eles a filha Ana
Maria Cavalcanti Maranhão Fagundes e o sobrinho-neto Haroldo Maranhão Bezerra
Cabral. Também estiveram presentes os ministros Emmanoel Pereira (Tribunal
Superior do Trabalho) e Marcelo Ribeiro Dantas (Superior Tribunal de Justiça),
o presidente da Comissão do Centenário de Djalma Maranhão, Roberto Monte; o
professor Willington Germano, autor do livro “De pé no chão também se aprende a
ler” e Clara Raissa Pinto de Góes, filha do secretário de Educação de Djalma,
Moacyr de Góes. Os senadores Fátima Bezerra e José Agripino também se
pronunciaram durante a sessão.
O senador
potiguar lembrou que essa “revolução” em prol da educação básica contrastava
com a realidade elitista do Rio Grande do Norte à época, em que os filhos de
famílias ricas se formavam doutores na recém-inaugurada Universidade do Rio
Grande do Norte, hoje Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e os pobres
nem sequer tinham pleno direito ao ensino primário.
“Essa
transformação educacional e cultural se baseou nas premissas do método de
alfabetização para adultos Paulo Freyre, que foi adotado pelo governador
Aluízio Alves com êxito invulgar na cidade de Angicos, em pleno sertão do
semiárido, e em populosos bairros de Natal, como Quintas, Rocas e Alecrim”,
observou Garibaldi Filho.
O sonho de
erradicar o analfabetismo em Natal, esteve próximo de se realizar. Foi
interrompido pelo golpe de 1964. Djalma foi o último prefeito eleito antes do
regime militar. Garibaldi, em 1985, foi o primeiro a vencer uma eleição para a
prefeitura de Natal após a volta da democracia. Para ele, a melhor forma de
honrar a memória de Djalma Maranhão é não apenas estudar e compreender sua
obra, mas retomá-la e reavivar seu esforço de levar a educação às localidades
mais remotas do Nordeste e de todo o Brasil.
“Na hora em
que, sob qualquer pretexto, nós, cidadãos de bem do século 21, pensarmos em uma
infinidade de obstáculos para universalizar a educação no Brasil, pensemos em
Djalma. Lembremos que ele fazia tanto com tão pouco, e não reclamava de nada.
Na sua gestão como Prefeito, ele não tinha tempo para reclamar: estava ocupado
demais com a nobre tarefa de levar educação para quem nem sapato tinha”,
finalizou o senador Garibaldi Filho. [por
assessoria de imprensa]
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