Foto por assessoria/divulgação |
A 5ª Marcha das
Margaridas teve início com a concentração nas primeiras horas da manhã de ontem
(12) no Estádio Mané Garrincha e ganhou as ruas de Brasília, colorindo o Eixo
Monumental e culminando com a manifestação cercando o Congresso Nacional, com o
recado claro de lá deveriam estar representantes do povo. No gramado ao centro
da Esplanada dos Ministérios, bandeiras e faixas davam o tom da reivindicação
de cerca de 70 mil mulheres, incluindo mais de 500 representantes do Rio Grande
do Norte, vinculadas aos sindicatos filiados à Fetarn. O ato público não deixou
dúvidas: foi uma manifestação em defesa
da democracia.
Temas como soberania e
segurança alimentar, violência contra a mulher, biodiversidade, agroecologia,
autonomia econômica, saúde e educação não sexista foram apresentados de forma
direta e criativa. Faixas feitas com redes, tecidos coloridos até as
tradicionais, sempre enfeitadas com margaridas, bonecas de pano, fuxicos e toda
sorte de material costuradas, na maioria das vezes, pelas próprias mulheres.
Do alto dos quatro
carros de som, a secretária de mulheres da Contag, Alessandra Lunas e outras
representantes dos movimentos sindicais e feministas, orientavam as margaridas.
A ideia era garantir a visibilidade da mobilização que, reconhecidamente, é a
maior do movimento sindical do Brasil e da América Latina.
Encerramento presença da presidenta Dilma
Após o a cerimônia
especial feita no campo do Estádio Nacional Mané Garrincha teve início os
discursos políticos da Coordenação Nacional da Marcha das Margaridas, dos
representantes da CONTAG e da presidenta Dilma Rousseff, que fez questão de ir
pessoalmente, acompanhada de vários ministros, entregar as respostas para pauta
de reivindicações da 5ª Marcha das Margaridas.
“Seguiremos em marcha
até que todas sejamos livres”. Com a frase de militância da Marcha, a
secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas, iniciou seu discurso
dizendo não a qualquer forma de golpe no país. “Estaremos nas ruas quantas
vezes for necessário para defender o projeto que acreditamos, para defender a
democracia, para dizer que as margaridas estão unidas contra qualquer forma de
violência e preconceito contra a mulher”, afirmou.
Logo em seguida a
coordenadora geral da 5ª Marcha das Margaridas entregou a presidenta Dilma
Rousseff um kit com objetos que servirão para mobilizar e garantir a
visibilidade de mulheres dos lugares mais distantes. “Aqui estão vários
materiais que revelam um pouco da nossa trajetória de luta. Que incentivaram
companheiras a estarem aqui hoje vivendo um momento único e de muita emoção.
Aqui estão produtos construídos por tantas mãos e com o sentimento de mulheres
de todo o Brasil e do mundo”, ressaltou Alessandra.
No mesmo tom de respeito
aos direitos da mulher, o presidente da CONTAG trouxe palavras de
encorajamento. “Tudo que vimos aqui, que sentimos, que respiramos aqui, é o
resultado de uma ação de milhares de margaridas. Mulheres que juntaram cada
centavo, para assim, construírem seus caminhos para estarem aqui. São mulheres
que saíram da invisibilidade para serem protagonistas das suas próprias
histórias. Viva à luta da trabalhadora rural Margaridas Alves! Viva à luta das
mulheres!!”, frisou Alberto.
Depois de cumprimentar
as margaridas do norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste, a presidenta
Dilma Rousseff, iniciou seu discurso, destacando a decisão firme das mulheres
em lutar por democracia, contra a violência e por dignidade. Em seguida
apresentou respostas concretas para a pauta de reinvindicações da 5ª Marcha das
Margaridas como o compromisso com efetivação das patrulhas rurais Maria da
Penha também na área rural; ampliação dos serviços especializados de
enfrentamento a violência contra as mulheres, onde fez menção a construção de
pacto federativo; a construção e manutenção de 1.200 creches no campo para o
meio rural; a assinatura do Decreto do Crédito Fundiário, 100 mil cisternas
para alimentar os quintais produtivos; 109 unidades odontológicas para o campo, sendo 7 para
comunidades indígenas.
No enfrentamento a morte
materna no meio rural, a presidenta afirmou que irá realizar a capacitação de
mais 200 parteiras. De forma conjunta com a capacitação, o governo se
comprometeu a distribuir kit com roupa especial para atendimento pós parto.
Além disso, Dilma Rousseff, encerrou o seu discurso assumindo o compromisso de
combater mais fortemente a violência contra mulher, entre outros compromissos
com a agenda de luta das mulheres que protagonizaram a 5ª Marcha das
Margaridas. [por assessoria de imprensa]
Tarcyla Costa
[tarcycosta@hotmail.com]
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