O filme aponta os responsáveis pela morte de 40
toneladas de peixes, desastre que começou no dia 27 de julho de 2007, no Rio Potengi, em Natal
Convite/divulgação |
Na próxima segunda-feira
(27) o desastre ambiental que provocou a morte de mais de 40 toneladas de
peixes no Rio Potengi completa oito anos. Para marcar a data, o
documentário Rio Contado será exibido
neste mesmo dia a partir das 19h no salão nobre da Pinacoteca do Estado. O
longa, idealizado pelos analistas ambientais Airton De Grande e Alvamar
Queiroz, apresenta uma versão ainda desconhecida pela população a respeito dos
causadores do desastre.
A data é bastante
significativa, pois foi no dia 27 de julho de 2007, que as autoridades disseram
ter iniciado o desastre ambiental do estuário do Potengi. “O poder público
ainda não deu a atenção que o Potengi precisa. Rio Contado é um recado claro às
autoridades. É preciso assistir ao filme para entender os enganos que foram
cometidos na divulgação e apuração desse ‘acidente’", aponta Alvamar
Queiroz.
Na época, a culpa recaiu
sobre a fazenda de camarões do grupo Veríssimo & Filhos, que havia
realizado despesca dias antes. Porém, com base em depoimentos e documentos
inéditos disponibilizados pela Polícia Federal e pelo Ibama, o documentário
reconstrói o episódio, que está entre os maiores acidentes ambientais do
Brasil. A pesquisa feita pelos documentaristas mostra que os culpados são, na
verdade, duas conhecidas empresas - uma delas uma grande corporação - que
passaram incólumes ao longo de todos esses anos.
O filme teve pré-estreia
em abril deste ano, porém, na ocasião, o diretor Airton De Grande sofreu uma
tentativa de agressão do advogado de uma das empresas citadas no filme, e por
precaução, suspendeu as exibições. Agora, retorna com apoio do Festival
UrbanoCine, que abriu espaço em sua programação paralela de longa metragens
para o Rio Contado. “Nossa programação oficial começa no dia 01 de agosto, mas
abrimos uma exceção e vamos fazer a exibição do filme Rio Contado na segunda
(27), dada a importância a data e do documentário pelo conteúdo que apresenta
sobre o acidente no Rio Potengi”, esclarece Carla Mariane, produtora do evento.
Depois desta exibição, o
filme será novamente apresentado no dia 26 de agosto, dentro da programação dos
longas do UrbanoCine. “Pretendemos, a partir de agora, realizar o maior número
possível de exibições para que a população do Rio Grande do Norte conheça os
reais causadores do desastre de 2007 no estuário do Potengi. Para tanto,
agradecemos às instituições que possam abrir espaço para isso”, planeja Airton
De Grande, diretor do documentário.
Sobre o Rio Contado
Foto por assessoria/divulgação |
Resultado de uma
produção independente, o filme de 1h40 foi financiado por seus próprios
realizadores e apoiadores. A obra não tem fins lucrativos e será
disponibilizada via Internet após a fase de exibição em festivais de todo o
Brasil.
A equipe percorreu
durante dois anos e meio cerca de 1,5 mil km e ouviu mais de 100 pessoas desde
a sua nascente em Cerro Corá, passando por São Tomé, Barcelona, São Paulo do
Potengi, São Pedro, Ielmo Marinho, São Gonçalo do Amarante até chegar à sua
foz, em Natal.
No decorrer do percurso
do Potengi, cerca de 180 Km, eles registraram as diferentes visões e a memória
dos ribeirinhos, que recriam a vida do Potengi através de histórias inusitadas,
lembranças de infância, melodias saudosas e até relatos fantásticos, como casos
de assombração e de um navio fantasma.
O filme mostra também a
importância das águas do Potengi para a população e como a urbanização e o
progresso o agridem, retirando sua areia, jogando lixo e esgoto em seu leito -
todas as cidades, da nascente à foz, lançam esgotos no Potengi.
Estruturada em 17
blocos, a narrativa do documentário permite ao espectador acompanhar tanto o
deslocamento do rio pelo estado quanto as temáticas que abrange, como economia,
cultura, religião, lendas, etc. Além de populares, foram entrevistados também
intelectuais e acadêmicos, como os jornalistas Vicente Serejo e Woden Madruga,
o fotógrafo Giovanni Sérgio, o artista plástico Dorian Gray Caldas e a
historiadora Fátima Martins Lopes, que alternam saborosos depoimentos pessoais
com registros históricos. [por assessoria
de comunicação]
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