Agricultura familiar em discussão

Agricultores familiares vindos de 60 municípios estão reunidos em Natal para tratar de temas sobre o setor e vender seus produtos

Foto por assessoria/Divulgação

Cerca de 500 agricultores - vindos de todas as regiões do Estado - estão reunidos no Caic de Lagoa Nova em Natal desde esta quarta-feira (23) até a próxima sexta-feira (24), para discutir sobre os assuntos que dizem respeito à Agricultura Familiar no RN. Na pauta da V Feira e Congresso da Agricultura Familiar Potiguar, evento realizado pela Fetraf – Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte, estão temas como a convivência com a estiagem. 

“Diante desta conjuntura que estamos vivendo, de estiagem, de inverno reduzido no interior do Estado, nós precisamos discutir políticas alternativas de convivência com o semiárido, sobre como nós podemos aproveitar os poucos recursos hídricos que a gente consegue ter acesso”, aponta João Cabral, coordenador da Fetraf-RN.

O encontro também se propõe a promover debate sobre as políticas públicas ligadas à Agricultura Familiar tanto em nível estadual quanto nacional. “Daqui nós vamos tirar os encaminhamentos que vão servir de pauta para a instituição pelos próximos quatro anos juntos aos órgãos tanto municipais, quanto estaduais e federais. Então esta é uma atividade muito importante para nós, agricultores familiares” esclarece João Cabral.

Paralelo às plenárias realizada no auditório do Caic, acontece no pátio na instituição a feira agroecológica, onde os agricultores expõem à venda os produtos que cultivam em suas terras, além dos artesanatos que fabricam.

O apicultor Heronides Neto trouxe o mel que fabrica em Janduís para vender no local. “Antes eu participava de programas governamentais, entregava os produtos em associações e elas faziam o repasse para outras, agora não estamos conseguindo mais fazer isso. Lá nos municípios do Médio Oeste nós agora vendemos mel em feiras com esta. É muito importante estar aqui, para mostrar a diversidade e os produtos que os nossos agricultores têm”, reflete Heronides.

Na feira também há a comercialização de quitutes, como os que a cozinheira Maria das Graças de Almeida trouxe de São Tomé. Ela conta que é a primeira vez que participa de um evento com este e está feliz com a experiência. “É uma oportunidade para mostra o meu trabalho, vim fazer o que eu sei fazer, quando a gente sabe fazer as coisas não tem medo. É por isso que estou aqui, para mostrar meu trabalho, minhas comidas, e para aprender também”, planeja.

A presença da mulher no campo é também tema do encontro. Para a coordenadora de Mulheres da Fetraf-RN, Cícera Franco, não é fácil a permanência da mulher no campo, já que o trabalho dela além de cuidar da família e da casa, é também na roça e essa não é uma vida fácil. “Temos a cada dia buscado melhorias através das políticas que facilitam a permanência no campo e, no que diz respeito à mulher, buscar formas de melhorar sua autoestima através, principalmente da autonomia financeira”, aponta Cícera.

Para tanto, como ainda esclarece Cícera, há alguns projetos em execução focados na mulher agricultora, como o que orienta a organização da produção e sua comercialização, já que, de acordo com Cícera, a mulher que tem autonomia financeira tem outra visão sobre a sua produção agrícola. E, desta forma, pode contribuir para que a família como um todo se mantenha no campo.

Presente na solenidade de abertura do evento, o governador Robinson Faria anunciou que conseguiu através do Banco Mundial, recursos para a conclusão do Centro de Comercialização da Agricultura Familiar, localizado próximo à Ceasa em Natal. “A agricultura familiar é fundamental, pois tem a capacidade de promover emprego e renda no próprio município. Estou muito feliz de, como governador, poder entregar esta obra, que estava parada”, esclareceu Robinson Faria. [por assessoria de imprensa]