Com
um endividamento que chegou a R$ 351 bilhões no final do ano passado e um
prejuízo que superou os R$ 21,6 bilhões, em 2014, a Petrobras deve apresentar,
em 30 dias, um plano de negócios com alternativas para melhorar esses números.
A informação foi transmitida pelo presidente da estatal, Aldemir Bendine, em
audiência pública realizada nesta terça-feira (28) no Senado Federal. A
economia não afetará a exploração de petróleo nos campos maduros do Rio Grande
do Norte, nem a Refinaria Clara Camarão ou a Termelétrica Jesus Soares Pereira.
Convidado pelas comissões de Serviço de Infraestrutura (CI) e de Assuntos
Econômicos (CAE), Bendine prestou as informações sobre o Rio Grande do Norte a
pedido do senador Garibaldi Filho, que conduziu a audiência pública ao lado do
senador Delcídio Amaral. O parlamentar potiguar externou sua preocupação depois
de o presidente da estatal enumerar uma série de medidas que serão adotadas
para recuperar a empresa petrolífera da situação na qual se encontra.
Além de extinguir algumas áreas de produção, a Petrobras vai reduzir gastos e
adiar ou desistir de projetos que estavam previstos. Bendine falou, por
exemplo, que não existe a possibilidade de a empresa liberar recursos para a
construção de refinarias no Maranhão e no Ceará, como chegou a ser anunciado
durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Cortar gastos não é a única medida que está sendo tomada. Uma equipe vem
elaborando um plano para reorganizar administrativamente a estatal. O novo
modelo administrativo da Petrobras, de acordo com Aldemir Bendine, definirá
parâmetros para que as decisões passem a ser tomadas envolvendo mais áreas e
representantes técnicos. “Estamos mapeando todos os processos na administração
da empresa para identificar onde há fragilidade na tomada de decisão”,
antecipou.
O gerente executivo de Desempenho da Petrobras, Mario Jorge da Silva, e o
diretor financeiro da empresa, Ivan de Souza Monteiro, também participaram da
audiência pública. Mario Jorge expôs aos senadores detalhes sobre o balanço
divulgado na semana passada. Ele analisou, por exemplo, os R$ 6,2 bilhões
desviados para pagamentos feitos para o esquema de corrupção descoberto pelas
investigações da Polícia Federal na Operação Lava-Jato.
“Parte dos recursos que a Petrobras pagou para construir refinarias,
plataformas e gasodutos foi repassado para fins ilícitos. Se não foi usado para
constituir ativos, não poderia estar no balanço da empresa. Para chegar ao
valor de R$ 6,2 bilhões, tivemos que lançar mão de informações da investigação.
Os depoimentos, hoje já públicos, são consistentes quanto à existência do
cartel, do período que operou e dos percentuais envolvidos na negociação”,
declarou Mario Jorge. [por assessoria de
imprensa]
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