Por Luiz Gonzaga Cortez*
Nos últimos meses,
jogando conversa fora nos bares e chopingues, recebi sugestões sobre a
elaboração de um pequeno artigo sobre os troncos familiares e sobrenomes idênticos a nomes de animais, aves,
árvores,plantas, acidentes geográficos, nominações exóticas e outros quetais.
Uma tentativa de levantamento genealógico sem grandes pretensões, mas simples
registros. Pequenas resenhas.
O “apanhado” é vasto e
merece muito cuidado no trato do assunto, pois envolve famílias de quase todas
as regiões do Rio Grande do Norte.
Numa visita que fiz a
Currais Novos, recentemente, tomei conhecimento da existência das famílias
Limão, Zebra, Raposa, Caçote, Preá, Caboré, Calango, Pilinga e Piranha. Em
Natal, há as famílias Mosca, Grilo, Carneiro, Raposo e Pinto, dentre outras. Em
Apodi, segundo me informou Aurivan Pinto, há a família Jararaca que, segundo o
vulgo, é muito braba e respeitadora. No alto oeste potiguar, existiria a
família Cobra,mas segundo informações, é uma nominação que se tornou
popular,sem registro em cartório, que, de um simples apelido, tornou-se o
virtual nome familiar. Mas Piranha tem muita, mas muita mesmo, em Currais
Novos/RN. Piranha, o peixe voraz, carnívoro e insaciável (come tudo, até gente)
é nome de família na terra da scheelita. Família de bem, respeitadora e
trabalhadora. Não confundir com outra coisa.
Voltando aos Pinto: até
meados de 2013, eu não sabia que a família Pinto que chegou em Natal em meados
do século 19, era oriunda da Itália e se chamava Pintoli. A fonte da informação
foi o estimado amigo Edgard Ramalho Dantas, um homem culto e uma verdadeira
enciclopédia ambulante. Fui pesquisar e encontrei o livro “Reminiscências”, de
Octavio Pinto,neto de um imigrante Italiano, publicado no Rio de Janeiro, em
1979. Na página 24, ele relata que o seu pai “nasceu do nada, filho de um
imigrante italiano da Calábria, artesão funileiro chamado José Pintoli, que o
povo aportuguesou o sobrenome para Pinto e ficou até hoje. Ele tinha uma
oficina na rua dos Tocos, hoje Princesa Isabel”.
Há a versão de Pintoli
significava pênis de criança, haja vista que sempre as mães e cuidadoras de
bebês chamarem esse órgão masculino de “pinto”, “pintinho”. Existem outros
significados para a palavra pinto que a sua abordagem não cabe neste pequeno
artigo.
A referência aos Caboré
não é de uma família de Caicó, terra do jornalista Orlando Rodrigues, mas do
“Totoró”, área próxima da cidade de Currais Novos, assim como os “Raposa” são
os “Gomes”, da região “Dos Quarenta”, lá
onde o vento faz a curva para Cerro Corá, segundo me informou Tino de Góis,
primo e casado com Aparecida Gomes, minha prima. Sorrindo, disse: “Gonzaga, eu
sou uma Raposa”.
Mas isso é outra
história.
*Luiz Gonzaga Cortez Gomes é jornalista.
- Com post na página Famílias do Seridó do RN
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