Por Flávio Rezende*
Em Natal, a bela cidade
onde moro, as autoridades interditaram um importante viaduto e a decisão já
passa de um ano, causando muitos transtornos para várias pessoas que necessitam
dele em seus deslocamentos diários.
Laudos e mais laudos são
exigidos, desculpas amarelas são dadas, dinheiro público escoa pela vala da
incompetência, serviços começam e param e o tempo passa e o viaduto não é
liberado para usufruto da população em geral.
Diante de tudo isso, um
determinado veículo de comunicação não dá moleza e estampa o assunto
constantemente, apressando a solução e encurtando a eternidade da interdição.
Quando esse equipamento
for um dia posto à disposição da coletividade, este veículo terá tido
importante papel em todo o processo, pois, não sendo ele um eterno cobrador, só
Deus sabe se esse viaduto seria reaberto um dia novamente.
A imprensa, regra quase
geral, tem sido o mais importante vereador, deputado, senador e presidente
neste Brasil de problemas diversos, valendo muito mais que casas legislativas
de todos os tipos e investigando melhor que todas as polícias juntas.
É recorrendo a imprensa
que o cidadão comum resolve o buraco em sua rua, a falta de água, vê o crime
ser solucionado, a injustiça corrigida e descobre as falcatruas em geral.
Deixando de lado
questões ideológicas, quando a imprensa joga luz sob determinados assuntos,
eles como num passe de mágica mobilizam autoridades e as soluções surgem
instantaneamente.
Diante do exposto e
julgando praticamente pífia a atuação da maior parte dos parlamentos em todos
os níveis, repletos de obesos consumidores de recursos públicos em tenebrosas
transações, sugiro uma drástica redução no número destes representantes,
elegendo a imprensa num regime de gestão compartilhada, para a solução das
agruras que nos afligem.
Um conselho formado por
jornalistas, donos dos veículos de comunicação, autoridades e políticos,
definiriam quais problemas seriam atacados ai, a imprensa, jogaria luz sobre o
assunto promovendo com seu eficaz poder de mobilização, a solução quase
imediata.
Na situação em que
estamos, com muita lentidão nas soluções, baderna, quebra-quebra, criminalidade
astronômica, corrupção epidêmica e PAC em ritmo de cágado, ficamos tão
desorientados que somos tentados a buscar doidices, como esta, para ver se num
surto, acendemos a luz do manicômio.
*É escritor, jornalista e ativista social em
Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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