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domingo, 13 de outubro de 2013

Jujú: Um artista no palco sem cortina

por Geraldo Anízio
 
Foto: divulgação
A figura excêntrica do pedinte mais lúdico do planeta foi Juju. Soube incorporar múltiplos personagens em uma única mímese, metamorfoseando com espalhafatosos indumentários, uma farsa que somente a ele coube o direito de representar sem abrir cortinas. Um quepe e um revólver de plástico, artesão em correntes farpadas dependuradas sobre os ombros. De óculos extravagantes com apenas uma lente para encobrir um olho cego, o outro, sem lente. Nos braços, muitas correntes, fitas e cordões. No pescoço, rosários velhos e nas pontas pingentes e medalhas milagrosas.
 
À mão direita, uma lata com a qual recebia as esmolas. À mão esquerda, um florete do que se possa pensar enfeitando a corneta em plástico de brinquedo para fazer os anúncios de um corneteiro, que marchava  forte e cantarolando a música preferida có-có-có-có-ró, có-có-có-có-ró, o galo tem saudade da galinha carijó. E no esplendor da música salpicava um grito seguido de um pulo, para chamar atenção que  Juju  estava ali.
 
O  cenário, era tudo: a carroça enfeitada por bonecos e um palco à largura da arte do artista ímpar caicoense chamado Juju.
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