por Geraldo Anízio
Foto: divulgação
|
A figura excêntrica do pedinte
mais lúdico do planeta foi Juju. Soube incorporar múltiplos personagens em uma
única mímese, metamorfoseando com espalhafatosos indumentários, uma farsa que
somente a ele coube o direito de representar sem abrir cortinas. Um quepe e um
revólver de plástico, artesão em correntes farpadas dependuradas sobre os
ombros. De óculos extravagantes com apenas uma lente para encobrir um olho
cego, o outro, sem lente. Nos braços, muitas correntes, fitas e cordões. No pescoço,
rosários velhos e nas pontas pingentes e medalhas milagrosas.
À mão direita, uma lata
com a qual recebia as esmolas. À mão esquerda, um florete do que se possa
pensar enfeitando a corneta em plástico de brinquedo para fazer os anúncios de
um corneteiro, que marchava forte e
cantarolando a música preferida có-có-có-có-ró, có-có-có-có-ró, o galo tem
saudade da galinha carijó. E no esplendor da música salpicava um grito seguido
de um pulo, para chamar atenção que Juju estava ali.
O cenário, era tudo: a carroça enfeitada por
bonecos e um palco à largura da arte do artista ímpar caicoense chamado Juju.
0 comentários:
Postar um comentário