Por Albimar Furtado*
Jornalista ▶ albimar@superig.com.br
Vivemos os tempos dos
atos. Atos de julho, sérios, consequentes, mobilizando multidões, gerando
respostas ainda não na medida esperada, mas chegando. Depois, outros e outros e
muitos outros atos, com cenas de vandalismo. Dia desses vi o convite para uma
manifestação. Conclamava: “Conto com a colaboração de todos. Unidos por uma boa
causa: cerveja gelada e bebidas e petiscos mais baratos”. No roteiro, vários
bares. Quarta e quinta feira vi, na mídia, em toda ela, a notícia: Bell vai
deixar o Chiclete. Ação iminente, um novo ato: Fica Bell! Neste há um fato
relevante, a espontaneidade. São os fãs chicleteiros.
Ora, Bell é um bom
cantor, sabe dominar a massa, irradia simpatia, tem um repertório cuja letra
todos, uma multidão, sabem, como se dizia tempos passados, de cor e salteado.
Vi a notícia ontem: Fica Bell! Com outra vantagem, além do ato espontâneo: não
houve quebradeira, arruaça, não havia mascarados, as lojas não foram depredadas
nem o comércio ficou fechado. Não vi as imagens pela televisão, mas fico
imaginando, e aí a imaginação é muito mais vasta que a imagem da TV, o clamor
dos ativistas. Clamor como o dos tempos das macacas de auditório quando no
auditório da Rádio Nacional elas se descabelavam, choravam, gritavam à entrada
de Marlene, Emilinha Borba, Orlando Silva, Cauby Peixoto e em tempos mais
recentes com Roberto Carlos.
Fica Bell! Fico agora na
expectativa do que resultará desse ato. Rivaliza com a espera pelo novo
capítulo da novela das 9. Permanece também a interrogação: haverá um novo ato?
Bell atenderá ao apelo da massa? Será indicado alguém para mediar um
entendimento entre o cantor e os demais componentes da banda? E chega agora a
última informação: corrida grande em busca dos abadás do Chiclete para o
próximo carnaval.
Fica Bell! Bell
resistirá? Quem sabe, o próximo capítulo venha a significar, 191 anos depois,
um novo Dia do Fico.
*Texto publicado na coluna do jornalista no Novo
Jornal [Leia mais]
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