Por Albimar Furtado*
Jornalista ▶ albimar@superig.com.br
Vi e gostei da matéria editada no Bom Dia
Brasil,mostrando a situação das calçadas do Rio de Janeiro, esburacadas,
maltratadas, ponto de estacionamento de automóveis. Resumindo: obstáculo cruel
para os pedestres que seguem em zigue-zague, tropeçam aqui, pulam ali, descem o
meio-fio acolá, levados a disputar pedaços de rua com os carros. E porque me
atraiu a matéria sobre um problema numa cidade a cerca de 3 mil quilômetros
daqui? Porque aqui ele também existe e já perdi a conta de quantas linhas, das
muitas linhas que escrevi, outras tantas que li de companheiros de jornal,
indignados, sobre o assunto.
Um assunto antigo que permanece sem solução. No Rio
de Janeiro, em São Paulo, na Ribeira, no Tirol, em Petrópolis, no Carrasco, na
Zona Norte, na Roberto Freire. E de tanto e a tanto tempo existir hoje parece
uma coisa normal. Sequer entra na lista das promessas de candidatos em tempos
de campanha. Nunca vi ou ouvi algum deles anunciar: na minha administração as calçadas
serão dos pedestres. Não vi também, nos protestos recentes, um cartaz sequer,
em qualquer cidade pedindo “a calçada para o povo”. De tão comum e de tanto
serem fechados os olhos para a irregularidade, chegou-se ao extremo de alguns
donos de calçada anunciar em placas bem visíveis: estacionamento exclusivo para
clientes.
Não lembro de um vereador que tenha ido à tribuna
pedir pelos sem-carro, bradar contra o descumprimento do que está estabelecido.
E olhe que o Novo Jornal, durante semanas e todos os dias, denunciou com textos
e fotos os abusos. Que outras matérias cheguem. Um dia, quem sabe, alguém de
sensibilidade e com poder de decisão desperte para o problema e as calçadas
passem a ser, como em países civilizados, uma coisa séria.
*Texto publicado na
coluna do jornalista no Novo Jornal [Leiamais]
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