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sábado, 10 de agosto de 2013

A tela confirma o rádio: Zizinho era um mestre

Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br
 
Tive que chegar aos 6.8 para ver as imagens em branco e preto de um mestre dando aulas de futebol no Maracanã e no Pacaembu. Um sonho antigo. Mestre como poucos, Mestre Ziza, Zizinho. Sou Bangu de antes de Parada, Paulo Borges e Bianchine. E de Zózimo. Influência do irmão Amarílio. Sou das antigas, do ataque com Djalma, Vermelho, Zizinho, Menezes e Nívio. Do timaço formado pelo Dr. Guilherme da Silveira, médico e dono da fábrica Bangu. Menino, nos finais de semana eu ficava no pé do rádio Pilot ouvindo a narração entusiasmada dos homens da Rádio Tupi. Sofria, o Bangu era um excelente time mas não tinha vocação para liderar o campeonato. No currículo do time apenas a conquista de 1933 e muitos segundos lugares. Parecia gostar de ser vice.
 
Vi agora, no Museu, as imagens do Mestre Ziza. Aquele mesmo, responsável pelos meus delírios nas peladas no areal da rua Mossoró (antes de receber calçamento), com bola de borracha, pensando em repetir suas jogadas. Logo eu, um perna de pau que era sempre um dos últimos escolhidos no par-ou-ímpar. Na minha imaginação e no meu desejo, eu repetiria as jogadas de Zizinho que no rádio eu ouvia o narrador repetir, empolgado, que eram obras de um Mestre. Para minha profunda frustração, os companheiros de time acabavam apelando para que eu fosse jogar no gol. No ataque eu nada produzia.
 
Dezenas de anos depois, vi nas telas de TV do Museu as muita jogadas, os muitos gols de Zizinho. Gols pelo Flamengo, Bangu e São Paulo, time a quem deu um campeonato, mesmo em final de carreira. Gols pela seleção brasileira. Pelas imagens, compreendi o entusiasmo dos narradores de rádio anunciando suas arrancadas, passes, lançamentos, futebol em alto grau. Para matar as saudades, também ouvi as gravações das transmissões por rádio.
 
Depois de ver tudo, compreendi a afirmação de um comentarista inglês, opinando sobre a maior injustiça de todas as copas. Disse ele: “Foi um time, que tinha um mestre chamado Zizinho, não ter sido campeão”. Remetia sua lembrança a 1950.
 
*Texto publicado na coluna do jornalista no Novo Jornal [Leiamais]
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2 comentários:

  1. Obrigado, Bosco, pela republicação do texto desse craque do jornalismo potiguar - e meu mestre - Albimar Furtado.
    Um abraço

    Roberto Homem

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