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sábado, 22 de junho de 2013

RN lidera homicídios. Taí a moçada nas ruas

Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br
 
A manchete do Novo Jornal anuncia o que já se sabia grande, mas faltavam referências para indicar seu real tamanho: “Ministério aponta RN como líder em homicídios”. Quer dizer, somos o maior. Não bastasse a informação, logo abaixo do título outro dado surpreendia: no Estado, 130 pessoas são assinadas a cada mês. Acabou? Não. Ontem, na coluna Roda Viva, o interino Carlos Magno, pelas informações de sua redação, revela que em 149 dias deste ano 711 pessoas morreram, vítimas da violência.
 
E então a gente se volta para as multidões que invadem as grandes avenidas brasileiras. As pessoas pareciam, após os cara-pintadas dos tempos de Collor, estar anestesiadas. Mas só pareciam. Silenciosamente contabilizavam o tempo que passavam nas filas de ônibus, trens e metrôs. O enorme desconforto que é usar aqueles transportes, os intermináveis minutos entre o deixar o trabalho ou as escolas e chegar em casa, o cansaço.
 
Abria um arquivo e nele ia guardando o que sabia pelos jornais impressos ou de televisão, pela mídia social, pelos comentários de conhecidos ou por experiência própria, dos atendimentos nos postos de saúde. A meninada reclamou e reclamou e reclamou da má qualidade do ensino, das escolas desestruturadas, do calendário descumprido, da falta de professores. Essas pessoas todas comentavam os episódios de corrupção. Agora, a inflação bate à porta.
 
Vi, no jornal da televisão, o correspondente anunciando que no exterior os jornais procuravam entender o que se passava no Brasil. Eles, os do outro lado do oceano, certamente não leem nossos jornais. Jornais de grandes e de menores cidades. Quando li quarta-feira que a Natal até bem pouco tempo chamada de pacata é agora campeã em homicídios, compreendi ainda mais o impacto da visão das multidões de 50, 65 e 100 mil pessoas se espraiando pelas avenidas. As mazelas todas nos rodeam.
 
Constatar que temos hoje uma média que se aproxima de cinco assassinatos a cada dia e que este tipo de violência vem sendo anunciado e denunciado há tempos, nos leva a outra conclusão: em um momento qualquer os gritos de basta se fariam ouvir. É muito, é demais para uma cidade ou um Estado que sempre teve em seu povo a marca da cordialidade.
 
*Texto publicado na coluna do jornalista no NOVO JORNAL [Leia mais]
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