O presidente da Câmara Municipal de Extremoz, o
jovem vereador Joaz Oliveira (PMN), impediu que a jornalista Gilmara Costa e o
repórter fotográfico Max Jordanni, ambos da assessoria de imprensa da
Prefeitura de Extremoz, realizassem filmagens da única sessão semanal, nesta
terça-feira, 11.
O motivo da prática antidemocrática, já que a Câmara
de Extremoz, conforme alardeia o presidente Joaz, é a “casa do povo”, foi que a
Mesa Diretora não acatou o ofício da prefeitura, pedindo autorização de
filmagem, conforme prevê o Regimento Interno daquela Casa de Leis.
Nos bastidores, sabe-se que a razão maior da decisão
do vereador Joaz, que há pouco tempo jactava-se de não ser oposição ao prefeito
de Extremoz, Klauss Rêgo, que o apoiou durante sua campanha de reeleição e
também para ser eleito presidente da CME, seria da votação para abertura de uma
Comissão Especial de Inquérito (CEI), contra o Klauss, embora a razão da
decisão de votar a medida não ter sido revelada.
Ofício
O ofício da prefeitura pedindo autorização para
gravar a sessão ordinária da CME foi enviado em tempo hábil. É estranho que uma
sessão que é aberta ao público seja censurada para jornalistas ligados ao poder
executivo, uma vez que os parlamentos de todo o Brasil têm acesso facilitado
para qualquer cidadão que queira observar os trabalhos legislativos, assim,
como são liberados, via Diário Oficial, sem nenhuma censura, todos os atos do
poder executivo.
A prática do jovem vereador Joaz, enquanto
presidente da Câmara Municipal de Extremoz, apoiada pela vereadora Lúcia Ramalho
(PSB), que chegou a declarar a jornalista Gilmara Costa de que “quem mandava na
CME somos nós”, remonta a tempos mais sombrios da sociedade brasileira dos anos
1960, onde as práticas antidemocratas eram lugar comum nos parlamentos.
É curioso, que neste momento em que a Nação sofre a
transformação positiva do exercício e pratica da Lei número 12.527, de 18/11/11
- que regula o acesso a informação, esteja o vereador Joaz Oliveira, enquanto
presidente de um parlamento municipal, na contramão da democracia, da
publicidade e da Lei, por razões que só ele reconhece.
Por que cometer tal arbitrariedade contra o estado
federativo, a democracia brasileira e a população de Extremoz, ferindo de morte
o direito de acesso a informação, albergado pela Lei? Por qual razão?
Mordaça
Para um observador político daquele município, que
não quis se identificar, “é importante que a população fique atenta aos
desdobramentos desta mordaça imposta aos repórteres que foram cobrir e filmar a
sessão ordinária da CME nesta terça-feira, 11”. [Por Leonardo Sodré, com informações de Gilmara Costa]
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