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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Os inertes criativos e decepcionados

Por Flávio Rezende*
 
A possível passagem pela materialidade terrena nos tempos atuais pode chegar sem grandes problemas a uma média de até 70 anos de existência, o que dá, na relatividade em que estamos inseridos, uma boa quantidade de horas para desfrute e aprendizado nestas paragens expiatórias.
 
Nestes bilhões de segundos por aqui, vamos conhecendo seres diversos, uns pródigos em ações inimagináveis, com posturas e atitudes que nos remetem aos píncaros da alegria, ao mesmo tempo em que encaramos “figuras” criativas cerebralmente, mas, inertes fisicamente, terceirando atitudes práticas e, nos pedindo o tempo todo, movimentos diversos, que eles mesmos podiam engrenar.
 
O pior do ativo de mente e freiado de ação, é que ao tentar a todo custo que façamos as coisas que lhe são próprias, ainda se acha no justo dever de se decepcionar, quando num arroubo de sinceridade, temos coragem de expressar indignação, chamando o inventor de mil e uma coisas para que ele mesmo as ponha em prática, posto que, de ideias e de atividades, todos nós já estamos devidamente preenchidos.
 
Digo isso por enfrentar vez por outra, seres com postura assim. Chegam cheios de energia, propondo isso e aquilo, mas na justa convocação para a realização parceira da sugestão, automaticamente se esquivam da ação, sempre alegando falta de tempo e outros babados mais.
 
Falta de tempo não é um problema só destes pródigos sugestores de ações diversas, nós, que estamos com as mangas sempre arregaçadas, fazendo das tripas coração, com as agendas sempre cheias e, empurrando para datas futuras compromissos não efetivados, também advogamos ao senhor Deus, ampliação das 24 horas determinadas para um dia terráqueo.
 
O mundo atual não carece de ideias, sugestões, planos, o que precisamos hoje é de pessoas dispostas a pegar no pesado, a dizer sim a convocação dos sábios, dos santos e dos homens de bem, que idealizam, constroem e executam as coisas importantes, necessitando muito de ajuda, de companheiros e de servidores para a árdua e necessária jornada da luz.
 
Além de convivermos com muitos seres abarrotados de propostas para nós que já temos muito que fazer, ainda ouvimos, por ai, confissão de decepção pelo fato de que não nos propusemos a fazer, a sugestão verbalizada.
 
E o problema não é novo, o conhecido Mestre Jesus, já dizia milhares de anos atrás que, “a messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”.
 
Na área religiosa também encontramos muitos cheios de passagens espirituais nos lábios, falando isso e aquilo em todo canto e lugar, abarrotados de planos, ideias, projetos, mas, nunca tendo tempo para colocar a mão na massa. Para esses temos a sábia mensagem do líder espiritual e educacional indiano Sathya Sai Baba, "mãos que ajudam são mais santas que lábios que oram", igualmente utilizada pela santa católica Madre Teresa de Calcutá.
 
*É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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