Por
Flávio Rezende*
A possível passagem pela materialidade terrena nos
tempos atuais pode chegar sem grandes problemas a uma média de até 70 anos de
existência, o que dá, na relatividade em que estamos inseridos, uma boa
quantidade de horas para desfrute e aprendizado nestas paragens expiatórias.
Nestes bilhões de segundos por aqui, vamos
conhecendo seres diversos, uns pródigos em ações inimagináveis, com posturas e
atitudes que nos remetem aos píncaros da alegria, ao mesmo tempo em que
encaramos “figuras” criativas cerebralmente, mas, inertes fisicamente,
terceirando atitudes práticas e, nos pedindo o tempo todo, movimentos diversos,
que eles mesmos podiam engrenar.
O pior do ativo de mente e freiado de ação, é que ao
tentar a todo custo que façamos as coisas que lhe são próprias, ainda se acha
no justo dever de se decepcionar, quando num arroubo de sinceridade, temos
coragem de expressar indignação, chamando o inventor de mil e uma coisas para
que ele mesmo as ponha em prática, posto que, de ideias e de atividades, todos
nós já estamos devidamente preenchidos.
Digo isso por enfrentar vez por outra, seres com
postura assim. Chegam cheios de energia, propondo isso e aquilo, mas na justa
convocação para a realização parceira da sugestão, automaticamente se esquivam
da ação, sempre alegando falta de tempo e outros babados mais.
Falta de tempo não é um problema só destes pródigos
sugestores de ações diversas, nós, que estamos com as mangas sempre
arregaçadas, fazendo das tripas coração, com as agendas sempre cheias e,
empurrando para datas futuras compromissos não efetivados, também advogamos ao
senhor Deus, ampliação das 24 horas determinadas para um dia terráqueo.
O mundo atual não carece de ideias, sugestões,
planos, o que precisamos hoje é de pessoas dispostas a pegar no pesado, a dizer
sim a convocação dos sábios, dos santos e dos homens de bem, que idealizam,
constroem e executam as coisas importantes, necessitando muito de ajuda, de
companheiros e de servidores para a árdua e necessária jornada da luz.
Além de convivermos com muitos seres abarrotados de
propostas para nós que já temos muito que fazer, ainda ouvimos, por ai,
confissão de decepção pelo fato de que não nos propusemos a fazer, a sugestão
verbalizada.
E o problema não é novo, o conhecido Mestre Jesus,
já dizia milhares de anos atrás que, “a messe é grande, mas os trabalhadores
são poucos”.
Na área religiosa também encontramos muitos cheios
de passagens espirituais nos lábios, falando isso e aquilo em todo canto e
lugar, abarrotados de planos, ideias, projetos, mas, nunca tendo tempo para
colocar a mão na massa. Para esses temos a sábia mensagem do líder espiritual e
educacional indiano Sathya Sai Baba, "mãos que ajudam são mais santas que
lábios que oram", igualmente utilizada pela santa católica Madre Teresa de
Calcutá.
*É escritor, jornalista e
ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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