Por Albimar Furtado*
Jornalista ▶ albimar@superig.com.br
As autoridades da segurança anunciaram, nos últimos
dias de março, a nova estratégia para combater a violência, em especial a onda
de homicídios que inunda Natal e cidades próximas e Mossoró, no Oeste. Grande
parte dessas mortes sem solução. Foi anunciada força-tarefa, participação de
equipes de elite, a formação de uma divisão especial. O que se deseja, também,
é eliminar a impunidade. Deus permita que tudo dê certo, que a ação policial
mostre resultados, que a sociedade comece a ter confiança na estrutura criada
para lhe dar segurança. Deus permita.
Acreditar? Mais uma vez? Claro, mais um crédito.
Pior é perder a esperança. Acredito, sim, mas com um pé atrás e não pelos
projetos da área de segurança. É que de nada adiantará traçar planos
repressivos, prender os responsáveis pelos crimes cometidos, construir as celas
todas necessárias para abrigar os que hoje lotam as pocilgas mostradas todos os
dias no noticiário e os que chegarão depois, contratar os profissionais
necessários se tudo isso ficar desvinculado de projetos nas áreas de educação,
saúde e de abertura de empregos.
Levar o ensino onde quer que exista uma comunidade,
melhorar a qualidade deste ensino, motivar a presença dos alunos nas salas de
aula, qualificar professores, na verdade ouvir quem conhece de educação e
praticar o que vier desses profissionais que estudam, debatem, participam de
fóruns, de seminários, congressos, sabem diagnosticar e ministrar o devido
tratamento. É fácil? Não, claro. Fosse, tudo já estaria feito. Mas em algum
momento precisa ser, pelo menos, iniciado.
Junte-se à questão a tarefa, tão difícil quanto
aquela, de conseguir ocupação para os jovens. Na escola, acumulam saberes; na
rua, outros saberes nada edificantes. Segurança, saúde, educação e trabalho um
pede o outro. São dependentes. Li sobre a preocupação das autoridades da área
de segurança. No que anunciaram não continha nada das demais. Mas já foi um
começo. Distante, mas um começo.
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