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sábado, 13 de abril de 2013

Natal sem congestionamentos e com água muito bem tratada

Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br
 
O saudoso padre José Luiz contava uma história curiosa. Dizia ele que lá pela primeira metade da década de 70 o então governador Cortez Pereira falava a empresários sobre as perspectivas do Rio Grande do Norte. Estudioso, conhecedor de nossas potencialidades, formidável orador ele falava, com entusiasmo, sobre projetos de sua administração, o camarão, vilas rurais, boqueirão e bicho da seda, entre outros. Na plateia estava o senador e correligionário Dinarte Mariz que, em determinado momento da palestra fechou os olhos e parecia dormir.
 
Ao final do evento, Dinarte Mariz cumprimentou Cortez elogiando a fala dele, ao que o ex-Governador fez o contraponto, lembrando que o correligionário não o escutara porque adormecera. Dinarte foi rápido na explicação: ficara encantado com os projetos e fechara os olhos antevendo as filas de caminhões descendo a Serra do Mel, carregados de castanha de caju para abarrotar os navios no porto de Natal, levando o produto para o sudeste brasileiro e para o exterior. Elogio ou fina ironia, ninguém nunca saberá. Mas a castanha de caju, algum tempo depois, tornou-se um dos nossos principais produtos de exportação.
 
Tudo isto aí está dito porque ouvi por estes dias, num almoço do CDL que já virou tradição, o prefeito Carlos Eduardo detalhando os projetos de sua administração, alguns surpreendentes até. São sistemas de drenagens, o principal deles saindo do Arenas das Dunas para, depois de tratadas as águas serem jogadas no Potengi. Projeto grande a ser concluído antes da Copa de 2014. Falou do saneamento que a cidade receberá, em trabalho conjunto com o governo do Estado.
 
Não ficou somente aí, anunciou solução para o trânsito. Pavimentação, túneis, viadutos, sinalização, estacionamentos. Tudo além da educação, saúde, limpeza pública. Antes, pelos jornais, já tinha lido a decisão de construir um centro administrativo. Ouvia tudo aquilo no almoço e, desta vez foi apenas um repórter já aposentado que fechou os olhos e ficou ali sonhando: Natal e seu trânsito fluindo naturalmente, sem produzir estresse nos motoristas. Adeus buzinas, zigue-zagues, gestos e gritos irritados dos pilotos. O Paraiso.
 
Sonhava ali, em meio a um auditório que saboreava a sobremesa, com uma Natal consumindo água saída das torneiras sem coliformes fecais, com o nosso amado rio Potengi recebendo resíduos tratados. Imaginei os parques de Natal, as escolas abarrotadas de alunos e de professores, o saber chegando a todos. Claro, não precisei justiçar meus olhos fechados ao palestrante ao final de sua fala, mas saí do ambiente torcendo para que tudo aquilo fosse tão real quanto as castanhas de caju e os camarões de Cortez Pereira.
 
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