Por João Batista Machado*
Há 50 anos, ocorreu em Brasília o primeiro levante militar com a participação de mais de 600 militares da Aeronáutica e da Marinha durante os agitados anos do governo João Goulart, em represália à decisão do Supremo Tribunal Federal que negou direito de elegibilidade a sargentos e cabos eleitos no pleito de 1962. No foco do motim, ocorrido em 12 de setembro de 1963, se encontrava o deputado potiguar Clóvis Coutinho da Mota.
Há 50 anos, ocorreu em Brasília o primeiro levante militar com a participação de mais de 600 militares da Aeronáutica e da Marinha durante os agitados anos do governo João Goulart, em represália à decisão do Supremo Tribunal Federal que negou direito de elegibilidade a sargentos e cabos eleitos no pleito de 1962. No foco do motim, ocorrido em 12 de setembro de 1963, se encontrava o deputado potiguar Clóvis Coutinho da Mota.
Jornal O Globo, dia 09 deste mês, em matéria
assinada pelo jornalista Evandro Éboli, relembrou o fracassado movimento.
Clóvis Mota, pai do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo
Mota, foi informado do levante às 4h manhã e seguiu para a Câmara. Antes de
chegar ao prédio, recebeu voz de prisão de um militar: “Aqui não entra nem o
presidente da República. O senhor está preso”.
Os revoltosos prenderam, além do primeiro
vice-presidente da Câmara em exercício, deputado Clóvis Mota (PTB/RN), o
ministro do STF, Victor Nunes Leal, e oficiais que se recusaram a apoiar os
revoltosos. A grave crise militar foi debelada por tropas do Exército leais ao
governo, que se recusaram a aderir ao levante. Os insubordinados mantiveram
autoridades do Legislativo e do Judiciário como reféns, numa tentativa de
desestabilizar o Executivo e revogar a decisão da Suprema Corte.
Clóvis permaneceu preso por quase duas horas no
Departamento Federal de Segurança. Fracassado, o levante foi liberado e
retornou à presidência da Câmara às 7h30. Na sessão da tarde, comunicou o fato
aos deputados, que ficaram estarrecidos. Em 1965, seria eleito vice-governador
do Rio Grande do Norte, compondo a chapa vitoriosa encabeçada pelo monsenhor
Walfredo Gurgel (1966 a 1971). Nessa condição, presidiu a Assembleia
Legislativa durante o mandato, conforme assegurava a Constituição de 1946.
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