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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Convivência curta, mas de muito aprendizado

Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br
 
Li a detalhada matéria de Jalmir Oliveira, edição de ontem do NOVO JORNAL, sobre a morte de Wallace Costa. Desnecessário escrever mais sobre aquele que foi, como jogador, um dos craques do Juvenal Lamartine e o primeiro campeão do Machadão. Na página do NOVO JORNAL estava também o comentário preciso de Cassiano Arruda, ilustrando com detalhes, a passagem do jogador, discreto e eficiente, pelo nosso futebol.
 
Vi poucas vezes Wallace atuando no campo do Tirol. Convivi com ele depois, lá pelos anos 70, já aposentado dos tapetes de grama, servindo, embora por pouco tempo, ao governo Cortez Pereira. Foi o governador quem descobriu a vocação de Wallace Costa para a formação de atletas. Na visão aguçada que tinha, Cortez percebeu que ali nas Rocas, bairro revelador de bons jogadores, além dessa particularidade havia espaços físicos que poderiam ser bem aproveitados: o velho e o bonito prédio da Rede Ferroviária foi restaurado e transformado em escola, voltado ainda para a formação de atletas. À frente, estava o chamado estádio das Rocas, onde eram disputados os jogos do campeonato daquele pedaço de Natal. Somado a estas coisas havia o motivação que chegara com o início da chamada era do Machadão. Cortez criou a Escolinha do Atleta.
 
Wallace foi convocado para dirigi-lo e dedicou-se ao trabalho, fez os projetos, tudo estava programado para começar. Houve mudança de administração e de prioridades. A escolinha perdeu espaços, acabou. Ficou a vocação revelada de Wallace para a formação de futuros atletas. Mais de duas décadas depois retomei a convivência com Wallace, mas também por pouco tempo, quando, forçado por uma cirurgia de menisco, fui para uma academia de recuperação. E lá reencontrei Wallace. O mesmo perfil, o mesmo comportamento. Pontual, chegava na hora certa. Às vezes, antecipava o horário e ali também estava eu. Provocava uma conversa com ele. Discreto, como está no título da matéria publicada ontem, ouvia muito mais que falava. Mas com atenção e de forma educada. Da mesma forma que nos campos, Wallace era disciplinado nos exercícios prescritos por Cacau, o professor. Devagar e sempre, como pedia seu organismo já setentão.
 
Perdi a convivência com Wallace há pouco mais de um ano. Ontem, depois de ler o jornal, em sua última página, lembrei e senti saudades das conversas amenas, de poucas palavra mas ricas em lições de simplicidade que tive com Wallace.
 
*Texto publicado na coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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