Por Albimar Furtado*
Jornalista ▶ albimar@superig.com.br
Bom senso. É isso que algumas prefeituras estão
demonstrando ao anunciarem que, em tempos de crise, cortarão os gatos com a
realização de carnavais. Ninguém, ao avaliar, pode sair condenando pelo simples
desejo de atacar, os investimentos feitos em tempos de folia. Isto, claro,
quando os valores empregados são efetivamente investimentos atraindo turistas,
promovendo a animação, tornando a cidade mais feliz. Mas há uma linha tênue
separando a aplicação da verba que gera retorno e o gasto pelo gasto ou por
outros interesses. A crise gerada pelo ano de seca braba e pelos combalidos
cofres municipais e a decisão de não patrocinar os festejos de Momo certamente
serão um freio de arrumação, tempo a ser usado para pensar e redefinir a
programação para os próximos anos.
A ausência de ajuda das prefeituras nos dias de
carnaval também não pode ser encarada como o fim da festa. Carnaval é gente na
rua, é papangu, é bloco de sujo, grupos improvisados. E tudo isso independe de
ajuda oficial. Este, em tempos como o atual, faz sua parte garantindo a
segurança, a presença de estrutura de saúde, a manutenção da paz. Eu já vi
desfilar pelas ruas de Natal o “Bloco do eu sozinho”, o folião solitário em sua
fantasia, feliz e fazendo sucesso. Vi muitos blocos, com recursos saídos de
seus componentes sem necessidade de ajuda oficial, animar o nosso carnaval. Vi
o belo carnaval das Rocas, o mais popular de Natal, reduto de sambistas,
passistas, escolas de samba e foliões avulsos, encher suas ruas de alegria. As
nossas cidades interioranas tem também seus muitos foliões e certamente não
passarão em branco na nossa festa mais popular. Claro, havendo disponibilidade
de verba, tudo dentro do razoável, para aumentar a motivação, que assim se faça
e a população agradece.
Na outra ponta me alegra perceber a tentativa de
organização do carnaval natalense. Vi ontem a publicação nos jornais da
programação dos blocos durante os dias folia, a cidade dividida em regiões, a
população com seus carnavalescos já podendo se organizar, sabendo onde haverá
folia, bandas, blocos, shows. Tudo nosso, sem excessos. É torcer e ver.
Conferir. Os natalenses bem que merecem sonhar em ter de volta seus bons,
animados e participativos carnavais.
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