O vice-governador do Rio Grande do Norte, Robinson
Faria (PSD) escreveu um artigo sobre a economia do Estado e os resultados do
Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos. O artigo foi publicado domingo
(13) na Tribuna do Norte. No texto, Robinson comenta o potencial econômico do
RN e a falta de investimento da atual gestão:
PIB
no RN é Produto Interno Baixo
Robinson Faria* [Vice governador do Estado do RN]
Não faz muito tempo, o Rio Grande do Norte era
citado como um exemplo de Estado com potencial econômico para se desenvolver e
gerar riquezas para sua população.
Muitos eram os argumentos: temos petróleo, gás, sal,
minérios, carcinicultura, fruticultura, têxteis, pescados, turismo.
Temos também uma matriz energética favorável, com
rede de gasodutos que abastece boa parte dos municípios do Estado, usina
termoelétrica e um excepcional potencial de energia eólica.
Em síntese, seria a partir dessas condições básicas
que o Rio Grande do Norte teria o seu crescimento econômico alavancado.
E assim passaríamos por uma espécie de boom
econômico.
Seria.
Não foi o que aconteceu.
A despeito da pujança experimentada pela economia
brasileira nos últimos anos, o que proporcionou vigoroso crescimento ao
Nordeste e a formação de uma nova e ampla classe média brasileira, o nosso
Estado vive um período de estagnação econômica.
Recentemente, o IBGE divulgou levantamento sobre a
variação do Produto Interno Bruto dos Estados brasileiros. Lamentavelmente o
Rio Grande do Norte ficou na lanterninha, apresentou o menor crescimento entre
os Estados do Nordeste e ficou na 24º posição no ranking brasileiro do
crescimento do PIB.
A falta de investimentos do Governo do Estado está
condenando o Rio Grande do Norte a uma situação de inércia em diversos setores
produtivos e gerando péssimas perspectivas e consequências quanto às
necessidades de crescimento econômico.
Sem investimentos em obras estruturantes e
logísticas e sem investimentos na produção, o Rio Grande do Norte não apenas
não resolve os gargalos da sua economia, como também perde competitividade e
assiste passivo a debandada de projetos e empreendimentos importantes para
lugares mais bem aquinhoados com eficiente ação do poder público.
A atual gestão do Governo do Estado investiu em 2011
apenas 2,7% da receita consignada no Orçamento Geral do Estado. Com uma receita
de R$ 7,45 bilhões no ano, apenas R$ 202 milhões foram destinados para
investimentos.
Esse percentual é o menor dos últimos anos.
Para efeito de comparação, em 2001, o investimento
do Governo do Estado foi de R$ 447 milhões em obras, 10,25% do total das
receitas.
Os números de 2012 não haviam sido conhecidos quando
da redação deste artigo, mas até o mês de agosto os investimentos somavam R$ 92
milhões e as estimativas indicavam que, mais uma vez, o volume anual deveria se
situar em torno dos R$ 200 milhões.
As administrações anteriores a Rosalba investiram em
média R$ 1,5 bilhão durante os seus quatro anos de governo, quase R$ 400
milhões por ano.
O mais estranho é que enquanto os investimentos do
governo despencaram quase 50%, a receita estadual cresceu 70% nos últimos 10
anos, saltando de R$ 3,84 bilhões para os atuais R$ 7,45 bilhões.
Fica evidente a absoluta falta de prioridade do
Governo do Estado em realizar investimentos capazes de proporcionar incremento
ao ritmo de crescimento da economia do Estado.
Não se sabe ao certo se é por miopia administrativa,
incompetência ou descaso. Ou as três coisas de uma vez.
Se sabe que é imprescindível que seja criado um
ambiente favorável aos investimentos da iniciativa privada e para tanto faz-se
necessário revisar a legislação tributária para identificar onde perdemos
competitividade para os Estados vizinhos.
Se sabe que é indispensável que o Governo ofereça
condições para instalação e funcionamento de indústrias, provendo adequadamente
a infraestrutura com estradas de qualidade, água, eletricidade, gás, segurança,
mão de obra qualificada, um novo porto graneleiro no litoral norte, enfim,
alternativas práticas e efetivas de escoamento eficiente da produção.
Para que possamos retomar o caminho do crescimento é
fundamental que o Estado seja eficiente na sua capacidade de atrair empresas,
que dê prioridade as zonas de processamento de exportação e aos Distritos
Industriais, que estimule fortemente as cadeias produtivas locais, que tenha
uma legislação tributária que o torne competitivo.
E o mais importante: que o Estado tenha um projeto
de gestão e nele estejam estabelecidas as prioridades, os objetivos e as metas
para o seu crescimento econômico.
Tudo, sem esquecer a imperiosa necessidade de
resgatar e ampliar fortemente a capacidade de investimento do Estado para pelo
menos cinco vezes o que o atual Governo investe.
Somente com investimento se tem crescimento
econômico e, portanto, aumento do PIB.
E sem pensar grande, o Produto Interno continua
baixinho, baixinho.
*Texto
publicado
na Tribuna do Norte
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