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sábado, 3 de novembro de 2012

O Atheneu precisa deixar de viver só do passado

Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br
 
O tempo passa e voa, mas o Atheneu está longe de permanecer numa boa. Neste espaço da quarta página do Novo Jornal já escrevi, está perto de completar dois anos, que cupins devoravam os arquivos do velho colégio, documentos que compõem sua história. Vi agora, na edição da quarta-feira deste mesmo jornal, na Roda Viva de Cassiano Arruda, que o jornalista Gerson de Castro inicia um movimento junto a ex-alunos em favor do colégio de quase 180 anos.
 
Ex-aluno que sou e que por lá passou, entre corredores, salas de aula, biblioteca e laboratórios, sete anos de muito aprendizado e fazendo amigos, exultei. É tempo de devolver prestígio e dignidade ao velho colégio de Câmara Cascudo, de José Augusto Bezerra de Medeiros, de Luiz Maranhão. Há uma unanimidade em se reconhecer a importância, a história, o que representou o Atheneu na educação da juventude potiguar. Mas não se enxerga, no poder público, uma política voltada para recuperar a natureza vanguardista da escola de Pedro Velho, Celestino Pimentel, de Alvamar Furtado.
 
Desde sua criação o Atheneu foi abrigado num quartel de polícia, em prédio na Junqueira Ayres, até chegar à Campos Sales, na década de 50, num projeto arquitetônico incomum de João Vítor de Holanda, que lhe conferiu uma forte marca. Ainda na nova sede e nos primeiro anos 70, segurou seu prestígio. Olindina Gomes, Angélica Moura e Crisan Siminéia eram referências de educadoras que passaram pela direção do colégio e deram a ele a garantia de um bom ensino.
 
Mas o tempo passou, o ensino perdeu a prioridade nas políticas públicas e os alunos, incluindo aqueles de famílias de elite que pretendiam vestir a farda verde e branca, já não olhavam para o velho Atheneu com o mesmo desejo. O brilho já não era o mesmo, a curva de sua história, medindo sua importância, entrou em declínio. Vive, agora, de esperanças a cada quatro anos, em tempos de campanha política. Nestes tempos o Atheneu é lembrado, é chamado de emblemático, promete-se um projeto especial pra ele. E nada. Chega agora o aceno de Gerson de Castro. Mais do que uma certeza de recuperação trata-se de um aceno forte anunciando que o cidadão deseja e quer um ensino público de qualidade e que o Atheneu, por ser emblemático, pode ser o ponto de partida. Falta às autoridades desses momentos que ciclicamente se repetem, desejar e querer.
 
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