Os donos de veículos de comunicação não aumentaram
em nada a proposta INDECENTE da primeira rodada de negociação e mantiveram 5%
de reajuste. O índice é VERGONHOSAMENTE abaixo da inflação do período (5,40%) e
equivale a um aumento bruto de R$ 55 sobre o piso da categoria, hoje em R$
1.050, o PIOR DO BRASIL. O reajuste reivindicado pelos jornalistas é de 19%. A
segunda rodada de negociação aconteceu na manhã desta terça-feira, 13 de
novembro, na Superintendência Regional do Trabalho (antiga DRT), na Ribeira.
O Sindicato rejeitou os 5% e apresentou uma
contraproposta com base no que a Assembleia Geral dos Jornalistas havia
deliberado na segunda-feira. Os patrões ficaram de analisar os novos números
apresentados. A nova proposta prevê 16% para quem recebe o piso, 12% para quem
ganha entre R$ 1.500 e R$ 2 mil e 8,02% para os que recebem acima de R$ 2 mil.
Um novo encontro entre sindicato e patrões foi marcado para 23 de novembro, às
12h, na SRT.
Para explicar a piada de 5%, os patrões afirmaram
que as empresas de comunicação estão deficitárias. O diretor da Tribuna do
Norte, Ricardo Alves, foi o que mais se posicionou de forma contrária. Segundo
ele, o faturamento das empresas da maioria das capitais do país é maior que as
do Rio Grande do Norte, daí a disparidade dos salários. Porém, nenhum dos
empresários apresentou a planilha de custos dos veículos confirmando os
argumentos. "Algumas empresas estão demitindo e um jornal já fechou",
disse fazendo referência ao recente fechamento do Diário de Natal.
O presidente do Sindicato patronal, Djalma Correa,
lembrou que a maioria dos veículos já paga mais que o piso. "Estamos
defendendo as menores empresas que podem quebrar com o reajuste que o Sindicato
está propondo. Também estamos aqui representando uma categoria. Admitimos que
os salários são baixos, mas temos que encontrar uma alternativa", afirmou.
O Sindicato dos Jornalistas lamentou a postura dos
patrões. O diretor do Sindjorn, Rudson Pinheiro, que apresentou a origem dos
números calculados com base nos índices de inflação, no PIB e nas perdas
acumuladas da categoria, afirmou que se o momento econômico não é bom, que os
empresários cortem dos lucros e não do salário dos jornalistas, que vêm se
sacrificando pelas empresas há vários anos. "O jornalista do RN recebe o
pior piso do Brasil e não é de hoje. Só os jornalistas se sacrificam pelas
empresas, mas empresas nunca se sacrificam pelos trabalhadores. Vocês não
oferecem sequer a inflação. Por isso tenho direito de achar que esses 5% de
reajuste é uma provocação", desabafou.
A presidente do Sindjorn, Nelly Carlos, também
criticou de forma dura os patrões e reafirmou que o sacrifício também tem que
partir dos donos dos veículos. "Vocês vieram aqui com o mesmo discurso dos
anos anteriores. Vocês têm que mudar esse discurso porque a categoria não
aguenta mais. Esse sacrifício não pode partir só dos jornalistas, mas das
empresas também", disse.
Com a nova rodada de negociação marcada para 23 de
novembro, os jornalistas deverão se reunir em nova Assembleia Geral para
analisar a contraproposta e deliberar sobre a Campanha Salarial. Nos próximos
dias o Sindicato vai passar nas redações para convocar a categoria. Quem se
interessar pode acompanhar a campanha através do Blog: http://saidochaojornalistadorn.blogspot.com.br
SINDJORN
3201-9183
9686-0808
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