Por Albimar Furtado*
Jornalista
▶ albimar@superig.com.br
O mundo é bonito porque está repleto de coisas
bonitas. Lembrando um pouco Paulinho da
Viola, as coisas estão no mundo, só que precisamos…ver. Está abundante de belas
garotas de Ipanema, de Ponta Negra, de Boa Viagem, do Francês, de Jericacoara;
o que não faltam são os deslumbrantes cenários espalhados pela África, Europa,
Oceania, América, Natal, Seridó, Agreste, Tromba do Elefante, litorais sul e
norte, rua Guanabara, gamboas do Potengi; são bonitos os estudos dos
cientistas, as melhores músicas dos bons compositores, os artistas que sabem
brilhar diante de uma plateia, a arte de quem sabe unir palavras para construir
textos inesquecíveis. Você pode ir fazendo sua relação e ela vai encher
páginas.
O danado é que vez por outra perdemos uma dessas
belezas que enchem os nossos olhos e, não raro, uma perda prematura. No futebol
são muitas dessas histórias. Uma delas acaba de acontecer. Nunca fui torcedor
dos times por onde Adriano, o centro-avante matador, passou. Torcia contra ele,
mas como deixar de ver ou de reconhecer o seu futebol marcante? Não tinha a
leveza dos maestros, a elegância dos que enxergam cada palmo de campo, a
precisão dos que fazem lançamentos perfeitos.
A beleza do futebol de Adriano estava na capacidade
de saber usar a força, a explosão, o chute forte e certeiro, a mira perfeita de
quem encontraria, sempre, o gol. A beleza de seu futebol estava em promover a
alegria pelos belos gols. Bola na rede, gente fazendo espetáculo na
arquibancada. Pois é, como a garota que os poetas viam passar todos os dias em frente
ao bar, como a natureza bela que os fotógrafos descobrem em cada detalhe, como
a letra bonita que o povo canta, o futebol agressivo e bonito de Adriano estava
neste plano, desfilava pelos campos. Somava, com as coisas que estão no mundo,
para deixar este mundo mais vivo, mais alegre. O futebol mundial está
desfalcado, o mundo da bola perdeu seu Imperador. Seu futebol agora é só
história.
Para nossa alegria outros adrianos virão, da mesma
forma que chegaram novos zizinhos, zicos, didis, ronaldos, maradonas. Pelés? Aí
são outros quinhentos.
*Texto publicado na
coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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