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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Pressão total da mídia

Por Paulo Tarcísio Cavalcanti*
Jornalista tarcisiocavalcanti@bol.com.br http://ptarcisio.blogspot.com
 
Nesses dias de final de mais uma novela da Globo, outra vez apontada como um fenômeno de comunicação de massa, andei me questionando: Serei um alienado?
 
Pois, a tal “Avenida Brasil” acabou e não vi – nem tive vontade de ver – uma única parte de qualquer dos seus capítulos, não obstante a badalação diária em jornais impressos e digitais, nos mais diversos canais de TV, inclusive, nos concorrentes da própria Globo.
 
Poderia até dizer como disse o grande Zeca Pagodinho a respeito de caviar: “Nunca vi, nem comi, só escuto falar”.
 
E vou dizer mais uma coisa: Pelo menos por onde ando, não vejo – ou melhor: não vi esse fenômeno todo não. No máximo, aqui e acolá um comentário ingênuo, sem maior importância, muito mais ligado aos encantos de determinados personagens mais chamativos e suas taras.
 
Mas, não posso negar. Pela mídia, “Avenida Brasil”, no mínimo, chegou perto do maior espetáculo da Terra. Ao amanhecer do sábado, vendo o portal de O DIA, fiquei sabendo: “Foi Carminha” (que matou Max); na VEJA: “Último capítulo tem a maior audiência do ano”. Mas, a própria VEJA, não sei porque cargas d´água, lá na frente admite em outro destaque: “Avenida Brasil tem final óbvio e cheio de lacunas”.
 
Nunca gostei de novela de TV – sem dúvida um fenômeno de comunicação pela audiência (eu diria) “avassaladora” que alcança, mas sem outra preocupação, pelos menos há algum tempo, que não seja a de estimular o consumo e banalizar a sacanagem.
 
Claro: Salvo as raras e honrosas exceções que justificam a regra.
 
De minha parte, se esse desinteresse por novela e outras modas significar, mesmo, que estou por fora, tudo bem. Não é de hoje que nunca fiz questão de estar na moda, embora respeite e, muitas vezes, até, admire, os que pensam de forma diferente e preferem, exatamente, o contrário.
 
Imagino que seja, exatamente, pra isso que fomos contemplados com o direito ao “livre arbítrio”.
 
Do mesmo modo, numa outra seara, me recuso a entrar no coro generalizado contra os desprezados. Se me coubesse julgá-los – ainda bem que não me cabe, pois não tenho nem vocação nem competência para isso – poderia até condená-los; mas, jamais, negaria a qualquer deles um gesto de solidariedade. Não pelos seus hipotéticos erros. Mas, pela sua solidão, pelo seu isolamento; pelo verdadeiro e desumano linchamento social a que são submetidos.
 
*Texto publicado na coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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