Por Flávio Rezende*
Estava assistindo o Band News há pouco e ouvi uma antiga “cara pintada”
com destaque no movimento que culminou com a expulsão de Collor da presidência,
dizer que, apesar de não ter um cargo eletivo, tem sim atuação política. Ela
está sempre presente nos movimentos de caráter econômico que dizem respeito ao
empreendimento que administra, uma pizzaria e, que tem preferência por questões
ligadas à manutenção e limpeza de praças públicas.
Uma atuação política não precisa
necessariamente passar por um cargo governamental, um mandato ou presença em
passeatas e protestos em geral. Na verdade, até as omissões, são gestos
políticos. No meu caso, sou muito cobrado por várias pessoas, no sentido de
encarar uma eleição. Confesso nunca ter sentido nenhuma atração por isso.
Acredito que me tornando um vereador, deputado, senador, ou seja lá o que for,
vou perder minha energia, meu potencial criativo e disposição para servir ao
próximo sem interesses, entrando num turbilhão de compromissos diversos, desde
pessoais até partidários, que terminam minando toda a vitalidade das pessoas,
empurrando-as para lugares perigosos e complicados.
É
claro que muitos conseguem navegar no mar turbulento dos parlamentos e dos
governos em geral, mantendo incólumes os seus valores humanos. Aplausos para
eles. No meu caso, é pura incompatibilidade mesmo com paletós, conversas
demais, discursos demagógicos e muita hipocrisia.
Sempre fui prático e independente. Sai cedo de casa para morar só e,
costumo decidir muitas coisas rapidamente. Enveredei pelo caminho social e,
isto, claro, é uma atitude política. Dedico boa parte do meu tempo para
conseguir coisas diversas para outras pessoas, sem ganhar absolutamente nenhum
recurso financeiro e, sem querer nada em troca. Isso é uma posição política.
Isso é a minha maneira de atuar na sociedade, buscando ajudas em vários
setores, não precisando para isso ter um cargo ou um mandato.
Todos
nós devemos ter uma posição política. Seja de qual natureza ou tamanho for. A
simples ação de pegar uma sujeira no chão é um ato político, uma decisão
pessoal de deixar a cidade mais limpa para o coletivo.
Uns avançam, vão mais
fundo, passam a ajudar cada vez mais, mesmo que isso não culmine em alguma
recompensa. Outros ocupam espaços e, dentro deles, tomam posição pelo coletivo,
sendo estes, os políticos que queremos e, que torcemos para que um dia possam
ser maioria.
Infelizmente, em todo o planeta, algumas pessoas tem atuação política
mesquinha, pessoal, equivocada, colocando suas convicções religiosas ou
financeiras acima de tudo, como está ocorrendo em vários países, provocando
grandes problemas que podem até estremecer o equilíbrio planetário.
De
minha parte continuarei tendo atuação política da maneira que ela me faz bem,
com meus próprios recursos e a ajuda de amigos e empresas, além de eventuais
convênios públicos, com minha boa vontade de servir, pois, assim, me sinto mais
livre de tantos compromissos e reuniões, para dedicar o precioso tempo para
ações humanitárias que efetivamente acontecem e que pertencem ao mundo real.
Enquanto milhões de reuniões e cafezinhos rolam em intermináveis
debates, livre destas amarras resolvo a meu modo diversos problemas e, vou
fazendo com ajuda de um time valoroso de voluntários, a diferença na vida de
muitas pessoas.
A
nossa política tem sido essa, amar a todos, servir a todos e fazer o bem sem
olhar a quem. Para ela não precisamos de votos, só da ajuda dos amigos, afinal,
sonho que sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto
é realidade.
A
Casa do Bem é uma realidade e, no seu parlamento cotidiano, elegemos inúmeras
pessoas para que possam ter mais alimentos, saúde, educação e lazer em suas
vidas.
* É Escritor, jornalista
e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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