Por Albimar Furtado*
Jornalista
▶ albimar@superig.com.br
Vejo a notícia na televisão e no jornal. Na TV, o
anúncio ontem, pelo IBGE, do melhor setembro dos últimos 10 anos para a criação
de empregos com carteiras assinadas no país. Viva! O desemprego ficou ali pela
casa os 5%. Longe dos dois dígitos de anos passados. Mas no jornal do final de
semana a informação era específica para a área rural do Rio Grane do Norte:
redução grande no número de vagas de trabalho. As demissões superaram as
contratações. Contradições de um Brasil grande, grande demais e que teima em
anunciar números e percentuais menores pra o Nordeste. Apesar de todos os
avanços
Nos centros maiores, a celebração. Uma nova classe
média, uma multidão saindo da linha de pobreza e entrando no mundo do consumo,
imaginando-se no paraíso. O outro lado no campo, hoje e há cerca de 40 décadas
abrigando uma população bem menor que a dos centros urbanos, lamentos pelo
desemprego. Culpa da estiagem, da menor produtividade, da desaceleração dos
investimentos. Menos milho, menos feijão, redução da produção de leite, menos
oferta, maior preço para o que restou, dinheiro mais escasso para comprar.
Sem novidade. Da mesma forma que não é novidade esta
cantiga antiga de pegar sempre de surpresa os governos. Nunca, em tempo algum,
houve um programa para enfrentar –ou conviver como defendem muitos-, as
situações de seca. Os gritos de hoje já não são tão intensos como os de antes
–é menos gente a implorar e as aposentadorias que começaram com o Funrural e
hoje reforçadas pelo Bolsa Família abafam os clamores. Mas não eliminam o
sofrimento.
*Texto publicado na coluna
do jornalista no NOVO JORNAL
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