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sábado, 13 de outubro de 2012

As histórias e lembranças deixadas no velho colégio

Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br
 
Não sou ex-aluno do CIC e nem poderia ser. Meu tempo de estudante era o mesmo em que aquele colégio abrigava filhas das famílias da elite natalense, além de só aceitar matrículas de mulheres. Anos depois passou a abrigar, em suas salas de aula, também os homens. Mas senti o anúncio do possível fechamento do colégio centenário, obra das Filhas do Amor Divino.
 
Quem não sentiu? Imaginei-me no lugar de seus estudantes e mestres. Lembrei-me de quando, um dia que já vai longe, passei em frente ao que era o Grupo Escolar Áurea Barros, onde fiz meu curso primário e, em sua fachada, tinha um outro nome, o da Casa do Professor. Casa de destinação nobre, claro, mas havia tomado o lugar de meu grupo escolar.
 
Fiz a analogia. Meus pensamentos eram de um tempo de menino. Os dos alunos do CIC, o mundo dos adolescentes. Dos colegas que ficaram pelos caminhos, mas fotografados na retina, ali, nos corredores, nas salas de aulas, nas áreas de esportes e lazer, na capela. Sempre estarão ali. Dos amigos, amizades iniciadas também lá dentro e levadas tempo afora. Lembranças da ansiedade pelo reencontro depois das férias para contar, narrar as aventuras vividas, de partilhar com os que elegemos como mais próximos as confidências dos primeiros amores.
 
Foi ali também, na biblioteca de estantes escuras de verniz, que certamente iniciaram as primeiras leituras e comentavam, com os grupos mais chegados aos livros, as resenhas feitas. Havia ainda o desejo de chegar cedo às segundas-feiras quando o time do coração, ABC ou América, Flamengo ou Vasco, Corinthians ou Palmeiras, saira vencedor na rodada do domingo.
 
Claro, aí o alarido era mais entre os homens. Entre as mulheres os assuntos eram mais amenos e ficavam por conta dos filmes do final de semana, a ida à praia pegar um bronze, os namoros, as boites e os clubes sociais. Num tempo que chegou depois, o Circo da Folia, o ponto de encontro nos finais de tarde na Praia do Meio.
 
Ficaram o aprendizado, os ensinamentos, a convivência com os livros, a preparação e a base para o futuro. Muita coisa na memória dos inúmeros que passaram por lá. Confesso, o texto não estava programado, mas me sensibilizou o apelo de uma ex-aluna. Não do tipo saudista, mas avaliando a importância que teve em sua trajetória um tempo vivido nas salas, salões e corredores do colégio da avenida Deodoro.
 
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