Por Paulo Tarcísio Cavalcanti
Jornalista
▶ tarcisiocavalcanti@bol.com.br ▶http://ptarcisio.blogspot.com
Fiquei estarrecido com as distorções apontadas pelo
Tribunal de Contas do Estado na gestão financeira do governo do Rio Grande do
Norte no ano de 2011.
A favor da governadora Rosalba Ciarlini diga-se que
ela herdou um orçamento elaborado na gestão anterior.
Por esse orçamento, previa-se que o RN teria uma
receita de 9 bilhões e 500 milhões de reais. Mas, na realidade, a arrecadação
esbarrou em 7 bilhões e 800 milhões de reais.
Diferença grande, é verdade. Um bilhão e 700 milhões
a menos. Muito grande. Mas, qualquer governo um pouco mais previdente, no
mínimo, desconfiaria que isso iria, de fato, acontecer.
Eu sei que, pra qualquer um, de longe, é muito
cômodo, fácil e tranquilo criticar. Mas, sinceramente, compete ao governo dar
uma palavra de satisfação à sociedade em cima das principais distorções
apontadas no relatório do conselheiro Paulo Roberto Alves.
Eu sou um ardoroso defensor de gastos públicos com
publicidade. Não pelo fato de ter o meu salário pago pela publicidade, como
trabalhador da área de Comunicação. Mas, porque, sem publicidade, não existe a
decantada transparência, tão fundamental e necessária ao acompanhamento da
gestão pública.
Mas, daí a aceitar que se gaste mais com publicidade
do que com saúde pública, vai uma distância muito grande. E foi isso o que
ocorreu no ano passado, aqui no Rio Grande do Norte, segundo o já citado
relatório do Conselheiro Paulo Roberto Alves.
No caso específico, não vejo os gastos com
publicidade como algo extraordinário. Agora, indubitavelmente, o que se
destinou à saúde foi, por demais, insuficiente.
Aliás, na circunstanciada reportagem de Jalmir
Oliveira publicada na edição de ontem, do NOVO JORNAL, chamou a atenção o
montante das despesas feitas com diárias para servidores públicos. Elas
representaram mais do dobro do que se gastou, diretamente, com saúde pública em
todo ano de 2011.
Claro: O TCE não detectou nenhum ato de
desonestidade por parte da administração. Mas elencou nada menos que 19
ressalvas, algumas referentes ao governo anterior e que, nem por isso, podem
deixar de merecer uma profunda reflexão por parte da governadora.
Como já coloquei, S. Excia. deve uma explicação à sociedade, especialmente, se puder garantir
que as distorções apontadas estão sendo todas corrigidas.
*Texto publicado também
na coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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