Por Albimar Furtado*
Jornalista
▶ albimar@superig.com.br
À caminho do hotel, o carro em marcha lenta por
conta do trânsito carregado que deixava os carros se arrastando, vi o painel do
candidato a prefeito, com a legenda bem visível: Chame Mário. Mais dessas peças
de publicidade se repetiram no largo canteiro central que dividia as duas
pistas de rolamento. Logo à frente, outras que completavam aquelas: Falta
saneamento? Chame Mário; A coleta de lixo não está boa? Chame Mário; O trânsito
está lento? Chame Mário.
Matutei: E nós, em nossa Natal, vamos chamar quem?
Pois é, a hora é essa. Estamos todos sendo chamados para, dia 7 de outubro,
chamar alguém. Vocês já viram que os buracos voltaram? Tornei a fazer
balanceamento e alinhamento no carro. Também ouvi de um morador da Zona Norte
que “lá está uma peneira”. Quem chamaremos para dar um jeito em nossas ruas?
Para evitar que gastemos mais com pneus e oficinas?
Conversei com meus botões: há quanto tempo não vejo
aquelas valas que se abrem nas ruas dando passagem a canos na construção do
saneamento. Vi, num tempo, Lagoa Nova, Nova Descoberta e Morro Branco invadidos
por placas anunciadoras e desses serviços de saneamento. As placas sumiram, os
canos e valas também. Fazer o que? Chamar quem?
Seguia pensando nessas coisas, começo da noite e, na
direção do carro, chegou à Amintas Barros, sentido rua Rui Barbosa/ avenida
Salgado Filho. Dancei. Havia carros em todas as direções, espaço pequeno para
tantas manobras. Demorei, mas saí daquela zorra e fiquei pensando no painel do
candidato. Chame Mário. O pior é que Mário está a milhares de quilômetros
daqui, anda lá por Salvador onde já foi prefeito e, dizem, fez boa
administração. Tenho tempo ainda para pensar quem chamarei no 7 de outubro. O
terrível é que o nosso Mário ainda demorará quase seis meses para chegar.
*Texto publicado na
coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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