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sábado, 16 de junho de 2012

Quanto mais idade, dando mais trabalho

Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br

A televisão, os jornais, os blogs, as emissoras de rádio, os twitters. Ninguém faltou ao anúncio de que a Presidente Dilma Rousseff passaria o carnaval de 2011 em Natal, na Barreira do Inferno. Dia seguinte nem todos mostraram o esforço feito pela mulher baixinha, parecendo frágil, vestindo hábito de religiosa, olhando sobre o muro, indo de um canto a outro.

Impotente diante segurança robusta, como tem que ser, garantindo o bem estar da governante. A mulher, aparentemente frágil, foi embora. Com ela, a consciência tranquila de ter buscado o objetivo e a frustração de não tê-lo alcançado. Não falou com ninguém, não disse o que desejava. Nem precisava.

Sexta-feira, dia 8, o Novo Jornal botou a história dela no jornal, em página inteira. Irmã Lúcia, mulher, religiosa, trabalhadora, cidadã, educadora, exemplo, gigante em sua simplicidade chega perto dos 90 anos. O desejo de fazer mais, de trabalhar mais, de contribuir mais na educação de crianças carentes rejuvenescem a religiosa. Foi sempre assim. Repórter em começo de carreira e setorista da igreja em tempos do Movimento de Natal (setorista, eram assim chamados os repórteres responsáveis pela cobertura de um determinado setor), acompanhei a trajetória da Irmã Lúcia Montenegro e seu trabalho sempre dedicado, voltado à educação. Educação dos mais simples, dos mais pobres e carentes, como pedia a igreja de Paulo VI e João XXIII, preocupada com os viventes do terceiro mundo.

Testemunhei o crescimento da Casa do Menor, na Rui Barbosa. Um pequeno núcleo, no começo, exigindo uma trabalheira sem tamanho. Sensibilizou pessoas, juntou um grupo de  colaboradores, fez crescer o número de vagas destinadas a abrigar menores desprotegidos, deixou a entidade pronta. Missão cumprida? Não. Partiu pra outra e criou  a Casa do Menor Trabalhador, motivo da  matéria completa de Henrique Arruda, com fotos de Magnus Nascimento. Um desafio/combustível a quem, chegando aos 90, se impõe a responsabilidades como alguém que estivesse começando, lá nos tempos da Igreja de Natal,  um trabalho voltado para os mais necessitados.

*Texto publicado na coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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