Albimar Furtado*
Jornalista
▶ albimar@superig.com.br
A televisão, os jornais, os blogs, as emissoras de
rádio, os twitters. Ninguém faltou ao anúncio de que a Presidente Dilma
Rousseff passaria o carnaval de 2011 em Natal, na Barreira do Inferno. Dia
seguinte nem todos mostraram o esforço feito pela mulher baixinha, parecendo
frágil, vestindo hábito de religiosa, olhando sobre o muro, indo de um canto a
outro.
Impotente diante segurança robusta, como tem que
ser, garantindo o bem estar da governante. A mulher, aparentemente frágil, foi
embora. Com ela, a consciência tranquila de ter buscado o objetivo e a
frustração de não tê-lo alcançado. Não falou com ninguém, não disse o que
desejava. Nem precisava.
Sexta-feira, dia 8, o Novo Jornal botou a história
dela no jornal, em página inteira. Irmã Lúcia, mulher, religiosa, trabalhadora,
cidadã, educadora, exemplo, gigante em sua simplicidade chega perto dos 90
anos. O desejo de fazer mais, de trabalhar mais, de contribuir mais na educação
de crianças carentes rejuvenescem a religiosa. Foi sempre assim. Repórter em
começo de carreira e setorista da igreja em tempos do Movimento de Natal
(setorista, eram assim chamados os repórteres responsáveis pela cobertura de um
determinado setor), acompanhei a trajetória da Irmã Lúcia Montenegro e seu
trabalho sempre dedicado, voltado à educação. Educação dos mais simples, dos
mais pobres e carentes, como pedia a igreja de Paulo VI e João XXIII,
preocupada com os viventes do terceiro mundo.
Testemunhei o crescimento da Casa do Menor, na Rui
Barbosa. Um pequeno núcleo, no começo, exigindo uma trabalheira sem tamanho.
Sensibilizou pessoas, juntou um grupo de
colaboradores, fez crescer o número de vagas destinadas a abrigar
menores desprotegidos, deixou a entidade pronta. Missão cumprida? Não. Partiu
pra outra e criou a Casa do Menor
Trabalhador, motivo da matéria completa
de Henrique Arruda, com fotos de Magnus Nascimento. Um desafio/combustível a
quem, chegando aos 90, se impõe a responsabilidades como alguém que estivesse
começando, lá nos tempos da Igreja de Natal,
um trabalho voltado para os mais necessitados.
*Texto publicado na
coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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