Por Albimar Furtado*
Jornalista
▶ albimar@superig.com.br
Overdose do verde, tem sido assim nos últimos dias,
graças a Deus. E que continue assim, despertando discussões, debates. Uns
desejando mais, outros pedindo para desacelerar, alguns aplaudindo o documento
final e muitos achando que ele pede pouco. Mas tudo voltado para a
sustentabilidade. Nesse clima de Rio+20 lembrei-me de ter lido, e isto faz pelo
menos três anos, que a administração municipal plantaria 800 mil árvores em
Natal nos cinco anos que se seguiriam. Era o começo de uma gestão, aquele
período em que tudo são flores, o mundo é todo azul. Nesse clima em que um lado
promete e o outro acredita, exultei e até escrevi algumas linhas neste espaço
das sextas-feiras do Novo Jornal.
Fiquei com minhas dúvidas e até fiz cálculos. Seriam
438 mudas plantadas todos os dias para que, ao final de 60 meses, a
administração chegasse ao objetivo desejado. Achei otimismo exagerado mas não
tinha competência para contestar. Não tinha conhecimento do projeto, não sabia
das possibilidades, das providências para se chegar àqueles números. Às favas
meu pessimismo, o que importava era que a Prefeitura estava assumindo um
compromisso de fazer Natal voltar a ser
uma cidade em que o verde de suas árvores, de sua vegetação se revelava
exuberante, se destacava.
Vivi a expectativa de ver as árvores crescendo. O
crédito à promessa aumentava meses depois quando a Prefeitura anunciou também o
Plano Diretor de Arborização de Natal, que começaria pelo “Inventário Florístico”,
em Capim Macio.
Um trabalho que seria feito junto com a UFRN. Seriam
catalogadas as árvores existentes em áreas públicas e definidas as espécies que
seriam plantadas. Anunciou-se mais, que existiriam verbas para a recuperação
das praças de Natal. Some-se a tudo uma Natal administrada pelo Partido Verde.
Por que não dar crédito aos anúncios? Continuei olhando para enxergar as
árvores crescendo e já imaginava uma cidade tropical, de sol intenso, com a
copas frondosas das árvores acolhendo
andarilhos cansados, em suas sombras. Uma população agradecida pelo serviço que
chegava a ela.
Continuo olhando. Gosto de andar pela cidade, ver
suas ruas e avenidas e tenho que dizer que não tenho visto as árvores e suas
sombras. Não creio que em mais dois anos a meta de plantio de 800 mil mudas
seja atingida, mesmo porque já no próximo ano se iniciara uma nova gestão
municipal. Natal, pelo menos sua geografia mais visível, continua nua. Nos
canteiros o modismo tem determinado o plantio, quando existe, de mudas de plantas
ornamentais, aquelas que não dão sombras. Nas praças, que seriam recuperadas, o
modismo se repete. Como o tempo não pára e a curiosidade existe, continuarei
olhando, esperando…
*Texto publicado na
coluna do jornalista na edição dessa sexta (22) no NOVO JORNAL
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