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sábado, 23 de junho de 2012

Promessas existem para serem cumpridas. Ou não

Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br

Overdose do verde, tem sido assim nos últimos dias, graças a Deus. E que continue assim, despertando discussões, debates. Uns desejando mais, outros pedindo para desacelerar, alguns aplaudindo o documento final e muitos achando que ele pede pouco. Mas tudo voltado para a sustentabilidade. Nesse clima de Rio+20 lembrei-me de ter lido, e isto faz pelo menos três anos, que a administração municipal plantaria 800 mil árvores em Natal nos cinco anos que se seguiriam. Era o começo de uma gestão, aquele período em que tudo são flores, o mundo é todo azul. Nesse clima em que um lado promete e o outro acredita, exultei e até escrevi algumas linhas neste espaço das sextas-feiras do Novo Jornal.

Fiquei com minhas dúvidas e até fiz cálculos. Seriam 438 mudas plantadas todos os dias para que, ao final de 60 meses, a administração chegasse ao objetivo desejado. Achei otimismo exagerado mas não tinha competência para contestar. Não tinha conhecimento do projeto, não sabia das possibilidades, das providências para se chegar àqueles números. Às favas meu pessimismo, o que importava era que a Prefeitura estava assumindo um compromisso de  fazer Natal voltar a ser uma cidade em que o verde de suas árvores, de sua vegetação se revelava exuberante, se destacava.

Vivi a expectativa de ver as árvores crescendo. O crédito à promessa aumentava meses depois quando a Prefeitura anunciou também o Plano Diretor de Arborização de Natal, que começaria pelo “Inventário Florístico”, em Capim Macio.

Um trabalho que seria feito junto com a UFRN. Seriam catalogadas as árvores existentes em áreas públicas e definidas as espécies que seriam plantadas. Anunciou-se mais, que existiriam verbas para a recuperação das praças de Natal. Some-se a tudo uma Natal administrada pelo Partido Verde. Por que não dar crédito aos anúncios? Continuei olhando para enxergar as árvores crescendo e já imaginava uma cidade tropical, de sol intenso, com a copas  frondosas das árvores acolhendo andarilhos cansados, em suas sombras. Uma população agradecida pelo serviço que chegava a ela.

Continuo olhando. Gosto de andar pela cidade, ver suas ruas e avenidas e tenho que dizer que não tenho visto as árvores e suas sombras. Não creio que em mais dois anos a meta de plantio de 800 mil mudas seja atingida, mesmo porque já no próximo ano se iniciara uma nova gestão municipal. Natal, pelo menos sua geografia mais visível, continua nua. Nos canteiros o modismo tem determinado o plantio, quando existe, de mudas de plantas ornamentais, aquelas que não dão sombras. Nas praças, que seriam recuperadas, o modismo se repete. Como o tempo não pára e a curiosidade existe, continuarei olhando, esperando…

*Texto publicado na coluna do jornalista na edição dessa sexta (22) no NOVO JORNAL
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