Flávio Rezende* - escritorflaviorezende@gmail.com
Vivemos um tempo onde muitas operações policiais
estão acontecendo. Devemos enaltecer a liberdade de ação que nossa Polícia
Federal vem tendo, pedindo só que realizem os procedimentos de maneira correta,
evitando alguns constrangimentos desnecessários e exposições um tanto quanto
exageradas.
Quando faço este apelo aos policiais de todas as
esferas, não estou querendo dizer que isso deva acontecer apenas naquelas
operações que envolvem pessoas ricas, não! Peço até que os recolhimentos
prisionais dos pobres sejam mais amenos, menos agressivos, que abordagens
noturnas, arrombamentos, averiguações, levem sempre em conta que as pessoas
podem também não ter culpa no cartório.
Observamos chutes em portas, desorganização de
quartos, móveis e escritórios, muitas vezes de forma muito deselegante e
despropositada, causando uma série de problemas na ressaca das operações, sendo
até injusta com pessoas que necessariamente não estão envolvidas com as
investigações. Imagine uma família que tem sua casa alvo de uma dessas operações,
com os filhos vendo seus computadores sendo levados, seus cadernos, livros,
roupas, desarrumados, objetos decorativos muitas vezes quebrados e, uma série
de outros vandalismos, muitos dos quais promovidos pela polícia civil e
policiais militares.
Basta assistir os muitos canais de televisão que dão
muito espaço para a questão policial, para que abertamente, escancaradamente,
possamos nos horrorizar com cenas muito desagradáveis de policiais quebrando
tudo na procura de drogas, indícios e outras coisas mais. Óbvio que não estou
defendendo bandido, criminoso, mas, como uma pessoa sensível não posso achar
correto que se queira penalizar alguém por antecipação promovendo quebra-quebra
em seu lar ou ambiente de trabalho. A educação deve estar presente em todas as
operações. Devemos ter uma polícia inteligente e impregnada com valores
humanos, do contrário, vamos gerar revolta nos que são do mal e, naqueles que
são vítimas destas circunstâncias, colocando nomundo da criminalidade, por ódio
ao Estado, muitos que até então eram inocentes.
Escrevo este artigo também, para enaltecer a
importância do sorriso. Pode parecer um absurdo o riso e o que estava
escrevendo, mas, percebo que até nas situações mais difíceis para algumas
pessoas, como uma prisão, um julgamento, um deslocamento cercado de muitos
repórteres e em outros momentos de elevada tensão pessoal, sempre existe espaço
para um sorriso, por mais amarelo que seja.
Perceba que mesmo depondo numa CPI, cercado de todos
os lados, o acusado vez por outra dá um risinho de leve. Você já viu um acusado
no meio de dezenas de microfones, num corredor de gente saindo ou entrando numa
delegacia, mesmo naquele ambiente, às vezes uma pessoa, uma frase, faz o
sujeito liberar uma risadinha de leve.
O sorriso é um potente remédio quando a vida está
normal. É bem vindo nos acontecimentos sociais, descontrai, promove a
integração. Uma pessoa que tem o sorriso frouxo conquista fácil os demais,
arranja até namorada, afinal, quemnão gosta de gente bem humorada? Este mesmo
sorriso que torna qualquer ambiente aureolado de benfazejos pirlinpinpins do
bem, também serve como válvula de escape para os sujeitos na mais alta fervura
do estresse, tornando-se o riso o salvo conduto para a sobrevivência por mais
algum tempo no turbilhão de dificuldades ao qual esses seres se enredaram.
Façamos de nossa vida um enredo do bem, para que o
sorriso esteja sempre atrelado ao lado relax das coisas, do contrário, sorrir
quando sua porta é arrombada, quando você precisa encarar um julgamento ou um
corredor lotado de repórteres, pode até lhe aliviar momentaneamente, mas,
certamente, neste caminho, você vai chorar muito mais, isso vai...
*Flávio Rezende é
escritor, jornalista e ativista social
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