Por Paulo Tarcísio Cavalcanti*
Jornalista
▶ tarcisiocavalcanti@bol.com.br ▶http://ptarcisio.blogspot.com
O clima de antagonismo entre o ex-prefeito Carlos
Eduardo e os vereadores de Natal está transformando o processo sucessório deste
ano: o primeiro turno está previsto para ser nesta quarta-feira e, não, no
domingo 7 de outubro, como preconiza o calendário do TSE.
Há quem entenda que, segundo a atual legislação,
qualquer gestor que tenha suas contas desaprovadas pelo Poder Legislativo,
ficará enquadrado na Lei da Ficha Suja e, com isso, até que se livre da pecha,
estará inelegí-vel.
Como as contas de Carlos Eduardo receberam aprovação
do Tribunal de Contas do Estado, não serão facilmente derrotadas. Para isso,
serão necessários 14 votos. Ou seja: Só dois terços dos votos da Câmara, no
mínimo, têm o poder de modificar o parecer técnico do TCE.
Assim, num universo de 21 vereadores, portanto,
bastará a Carlos receber o voto favorável de oito, para se livrar da condenação
política. Pois, ele conseguindo esses 8 votos, seus adversários só poderão
chegar, no máximo, aos 13 restantes.
E esses 13, mesmo sendo maioria, são insuficientes
para condená-lo.
Barbada? Longe disso, segundo atentos observadores
do que ocorre na Câmara. Também não será fácil para Carlos Eduardo conquistar
os oito votos de que necessita.
E aí? E se ele não conseguir, como ficará o processo
da sucessão em Natal?
Repito: estará começando bem antes do que determina
o calendário eleitoral. Sem dúvida, saindo nesta quarta-feira a deliberação da
Câmara, hoje é que será o primeiro turno do pleito deste ano. Carlos Eduardo
escapando, terá dado um passo definitivo para a consagração das urnas. Do
contrário, só Deus sabe o que poderá acontecer.
Carlos não deve guardar ilusão. Politicamente, a
parada está difícil. Quem poderá ajudá-lo? Vamos aos dedos da mão: O PRB, com o
voto de Raniere Barbosa; o PC do B com o voto de George Câmara; o PDT, com o
voto da Sargento Regina.
Ficam faltando 5. Vai buscá-los aonde?
Poder-se-ia dizer que o caminho mais próximo é o do
PSB, da ex-governadora Wilma de Faria. Mesmo chegando lá, porém, corre o risco
de não sensibilizar a todos, restando-lhe, então, a alternativa de buscar o
respaldo da população para tentar, de última hora, uma virada de mesa.
Provável? Não é. Mas, também não posso dizer que
seja impossível.
De uma verdade, contudo, não se pode fugir: Quem
definiu o caminho do confronto foi o próprio Carlos Eduardo.
*Texto publicado na
coluna do jornalista nesta quarta-feira (23) no NOVO JORNAL
EM TEMPO
Termina
a votação que desaprova as contas de Carlos Eduardo; confira aqui o resultado no Blog de Paulo Tarcísio.
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