Flávio Rezende*
escritorflaviorezende@gmail.com
O ser humano realça sua sabedoria quando apresenta a
coletividade uma série de inventos que vão tornando nossas vidas mais
agradáveis. Dando um salto no passado de nossa existência vamos nos deliciando
com o surgimento das diversas tecnologias, sejam elas materiais ou da área de
humanas, incluindo neste rol o que chamamos de democracia.
Em seu berçário, esta invenção fantástica
possibilitou ao homem uma melhor organização de suas atividades sociais e
políticas, sobrevivendo até os tempos atuais, colocando no bolso outras formas
de governo como o socialismo, o comunismo e até o anarquismo.
O problema é que toda fórmula experimenta desgaste
com o tempo e, o ser humano, corrompido e ainda neófito em sua evolução
espiritual, vai minando os sistemas na medida em que descobre brechas para
fazer valer o malfeito, contaminando com o câncer da corrupção e da
desonestidade, essas interessantes formas de organizações sociais.
Por causa das chagas já bastante purulentas da democracia
nos tempos que vivemos, ansiamos e rogamos aos bons pensadores, pela gestação
de novas formas de governo, para que possamos resgatar nossos valores éticos e
morais, caminhando assim para um futuro onde possamos vislumbrar uma
convivência pacífica e mais humanitária.
Com a descoberta das brechas e a desobediência as
condutas adequadas, a sociedade vai caminhando lentamente para um estágio de
desalento, com os bons ficando tristes e impotentes, enquanto os maliciosos e
desonestos avançam céleres no abocanhamento da melhor fatia do bolo, usufruindo
da materialidade sem dó e nem piedade da grande maioria, agindo com escárnio e
disseminando cânceres nos corpos de todos nós, que rangendo dentes e passando
por privações, assistimos impotentes a desagregação de nossa própria estrutura
psíquica pessoal e coletiva.
Diante deste quadro, arrisco pensar que no futuro,
possamos ter como parlamento um grande portal, tendo cada ser humano direito a
submeter projetos que, uma vez conseguindo ser clicado por um número
"x" de habitantes individualmente, seguiriam automaticamente para
votação coletiva, com todos podendo votar sim ou não através da internet.
Nesta minha visão futurista o grande portal seria
responsável por todas as atividades que hoje os parlamentares fazem, em todos
os níveis, ficando a critério de cada um de nós a condução dos desígnios de
nossa cidade, estado ou nação.
No meu ponto de vista urge o fim da
representatividade, dado que é patente o desvio de conduta da esmagadora
maioria dos nossos representantes e, como é impossível um raio-X para saber o
agir futuro, terminamos nós mesmos entronizando seres demoníacos que nos traem,
na visualização do primeiro brilho das moedas de ouro, que cegam seus
propósitos iniciais, elevando o sistema democrático ao patamar das falências
humanas, posto que está óbvio um revolver a um tempo onde as trevas dominam a
nossa aura planetária.
Que os gênios da informática e os grandes pensadores
espalhados em universidades diversas, comprometidos com o bem estar social de todos
nós, encontrem esta maneira de nos devolver o poder da decisão de maneira
simples e objetiva, como me parece ser através de um grande portal cibernético.
Apesar de um ser muito otimista, não creio que nossa
raça possa ficar alheia ao brilho do ouro que doura a vida dos representantes diversos,
cegando seus comportamentos e os conduzindo infelizmente a uma conduta
traiçoeira e predadora de nossos sonhos e aspirações num planeta mais justo e
mais igualitário.
Que novos tempos possam surgir e um novo sistema
político e social passe a vigorar, incorporado das novas tecnologias e imantado
com a essência da real espiritualidade que é a de congregar todos em torno do
correto existir.
*Flávio Rezende,
escritor, jornalista e ativista social
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