Por Flávio Rezende*
escritorflaviorezende@gmail.com
Para que possamos viver cada vez melhor em nossa
amada casa, o planeta Terra, precisamos estar sempre em processo evolutivo.
Diante desta necessidade, surgem muitas discussões no entorno do assunto, com
uns achando que a materialidade exagerada não se constitui em evolução, uma vez
que leva o ser a escravidão em torno de objetos e de posses, afastando o mais
importante, sua essência espiritual da divindade.
Tem ainda aqueles que não estão interessados em
espiritualidade e, querem mesmo é que mais e mais objetos sejam inventados,
facilitando cada vez mais a vida do homem, ao ponto dele não precisar mais
fazer quase nada a não ser apertar botões e ter acesso a um mundo de
informações, entretenimento virtual, comidas em casa e, já uma realidade, sexo
com bonecos e afeto com aparelhinhos diversos.
Como devemos sempre respeitar a vontade de cada um,
vamos indo cada qual com sua posição. Diante desta questão e de muitas outras,
temos pessoas em vários níveis. Umas que só reproduzem comportamentos e repetem
opiniões alheias e, outros, com discernimento próprio e pesquisas pessoais em
várias direções. A vida na Terra sempre foi assim, com pessoas de nível elevado
vivendo junto com outros que são chamadas por uns de boi de presépio ou de
Maria vai com as outras.
Recentemente, ao ler um estiloso e bem escrito
artigo sobre Baudelaire, o realmente inspirado escritor chamou outros
escritores aqui da cidade de medíocres. A palavra é pesada, mas, seu julgamento
pode ser verdadeiro. Entre outros companheiros de escritos, citou meu nome,
provocando reflexões em meu ser. Depois de pensar um pouco, cheguei à conclusão
de que nós, os medíocres, também temos nossa importância e merecemos ocupar
espaços literários e jornalísticos.
Levando em conta que a grande maioria da população
não é tão avançada em termos de letramento e de aprofundamento em textos mais
bem escritos, tendo certa dificuldade de compreender o pensamento daqueles mais
inteligentes, cabe aos ditos medíocres exercerem seus tributos de
escrevinhadores de uma maneira mais próxima da média, contribuindo assim para
que muitos possam ter acesso e entendimento a reflexões diversas.
Pode ser um consolo ou a simples aplicação do
"jogo do contente", aquele em que Pollyanna Whittier, uma jovem órfã
utilizava como filosofia de vida, tendo sempre uma atitude otimista,
encontrando algo para se estar contente, em qualquer situação. Fraco para uns e
entendível e claro para outros, não devemos, nós - os medíocres - nos intimidar
diante de colocações públicas de nossas fragilidades literárias, afinal,
acredito que nós também somos necessários.
*Flávio Rezende,
escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN
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