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sábado, 12 de maio de 2012

Lá vem o bandido descendo a ladeira. Fazer o quê?


Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br

Vivemos um tempo de tanta violência que sequer podemos dizer que ela, vez por outra, dá uma trégua. Não há pausa. Pelo menos não tem havido. Enfrentamos períodos de menor ou maior intensidade, mas ela está sempre presente. São histórias que estarrecem, metem medo. São meninos que entram numa padaria e distribuem tiros, fazendo vítimas. Depois um casal é rendido na calçada de uma farmácia e o bandido acaba morto. Acontece agora nova investida e a violência se apresenta com toda sua brutalidade em Nova Parnamirim, deixando sem vida duas mulheres, mãe e filha e uma criança em comportamento descontrolado. O que virá amanhã? Fazer o quê?

As ações já não se restringem ao assalto, ao roubo, às ameaças. Matar tornou-se uma ação comum. Os números de mortes por assassinato batem recordes, ganham as manchetes, tornam-se quase rotina. Alguns dos crimes são desvendados e outros permanecem na coluna das ações misteriosas. Dramático também é a sensação que domina a população de orfandade o que significa a certeza de manutenção da situação existente hoje. Fazer o quê?

O cidadão bem que  experimenta alternativas de defesa. Contrata vigilância, algumas melhor preparadas, outras nem tanto.

Joga sobre o muro alto das casas e apartamentos as cercas elétricas, os sistemas de vigilância eletrônica, a criação de cães. Nada estanca a ação da bandidagem. Nada garante a tranquilidade, certamente dificulta um pouco. A pergunta permanece, sem encontrar resposta: fazer o quê?

Luz neste cantinho desta meia página. Luz deixada por Manuel Bandeira que aproveito para, na véspera deste segundo domingo de maio, louvar a quem deve ser louvada:

‘’O MENINO DOENTE’’

“O menino dorme.
 Para que o menino
 Durma sossegado,
 Sentada a seu lado
 A mãezinha canta:
 -Dodói, vai-te embora!
 Deixa o meu filhinho.
 Dorme… dorme… meu…
 Morta de fadiga,
 Ela adormeceu.
 Então, no ombro dela,
 Um vulto de santa,
 Na mesma cantiga,
 Na mesma voz dela,
 Se debruça e canta:
 -Dorme meu amor.
 Dorme meu benzinho…
 E o menino dorme.”

*Texto publicado na coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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