Por Albimar Furtado*
Jornalista
▶ albimar@superig.com.br
Vivemos um tempo de tanta violência que sequer
podemos dizer que ela, vez por outra, dá uma trégua. Não há pausa. Pelo menos
não tem havido. Enfrentamos períodos de menor ou maior intensidade, mas ela
está sempre presente. São histórias que estarrecem, metem medo. São meninos que
entram numa padaria e distribuem tiros, fazendo vítimas. Depois um casal é
rendido na calçada de uma farmácia e o bandido acaba morto. Acontece agora nova
investida e a violência se apresenta com toda sua brutalidade em Nova Parnamirim,
deixando sem vida duas mulheres, mãe e filha e uma criança em comportamento
descontrolado. O que virá amanhã? Fazer o quê?
As ações já não se restringem ao assalto, ao roubo,
às ameaças. Matar tornou-se uma ação comum. Os números de mortes por assassinato
batem recordes, ganham as manchetes, tornam-se quase rotina. Alguns dos crimes
são desvendados e outros permanecem na coluna das ações misteriosas. Dramático
também é a sensação que domina a população de orfandade o que significa a
certeza de manutenção da situação existente hoje. Fazer o quê?
O cidadão bem que
experimenta alternativas de defesa. Contrata vigilância, algumas melhor
preparadas, outras nem tanto.
Joga sobre o muro alto das casas e apartamentos as
cercas elétricas, os sistemas de vigilância eletrônica, a criação de cães. Nada
estanca a ação da bandidagem. Nada garante a tranquilidade, certamente
dificulta um pouco. A pergunta permanece, sem encontrar resposta: fazer o quê?
Luz neste cantinho desta meia página. Luz deixada
por Manuel Bandeira que aproveito para, na véspera deste segundo domingo de
maio, louvar a quem deve ser louvada:
‘’O MENINO DOENTE’’
“O menino dorme.
Para que o
menino
Durma
sossegado,
Sentada a seu
lado
A mãezinha
canta:
-Dodói,
vai-te embora!
Deixa o meu
filhinho.
Dorme… dorme…
meu…
Morta de
fadiga,
Ela
adormeceu.
Então, no
ombro dela,
Um vulto de
santa,
Na mesma
cantiga,
Na mesma voz
dela,
Se debruça e
canta:
-Dorme meu
amor.
Dorme meu
benzinho…
E o menino
dorme.”
*Texto publicado na
coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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