Nunca houve tantas possibilidades para que a pessoa
possa ter uma velhice mais saudável. Neurogeriatra do Hospital Federal da
Lagoa, vinculado ao Ministério da Saúde, Tamara Checcacci, afirma que uma
rotina de atividades físicas e intelectuais pode garantir o envelhecimento
saudável. “Quem é ativo física e mentalmente vai ter uma sobrevida de 7 a 11
anos a mais do que outros pacientes. Desde 1990, sabemos que as tarefas
cognitivas são sensíveis à capacidade aeróbia da pessoa. Ou seja, a atividade
física leva o cidadão a ter boas condições mentais”, explica. Segundo ela, são necessários apenas 30 minutos de atividades,
cinco vezes por semana, para que a pessoa seja considerada ativa fisicamente.
Um cérebro que esteve em atividade constante durante
a vida, certamente estará em melhores condições na velhice. “A pessoa que tem
uma boa atividade mental quando jovem terá o que chamamos de reserva cognitiva.
Quanto mais a gente estuda, mais temos uma poupança de atividade mental. Se a
pessoa tem um aprendizado constante, o cérebro estará muito mais habilitado a
se manter melhor por um tempo maior. O declínio neurológico começa aos 40 anos,
mas com o hábito constante do aprendizado, algumas informações são perdidas,
mas repostas por outras com facilidade”.
É importante que estejamos sempre alerta para
perceber os pequenos sinais que o corpo nos envia em relação à capacidade
cerebral.
“Se a pessoa sempre teve uma
atividade mental normal e começa a notar que está com problemas, é um sinal
importante. Ela tem que procurar ajuda. É preciso uma avaliação total com um
clínico-geral para corrigir os fatores físicos, como hipertensão, diabetes, as
doenças básicas”, afirma. Caso os fatores físicos sejam afastados, é necessária
avaliação neurológica para identificar o ponto que está sendo comprometido
nesse distúrbio de cognição. “Uma mudança no padrão de rendimento intelectual tem
que ser vista de forma precoce para tentar ser revertido”, alerta.
Na visão de Tamara Checcacci, os cuidados com o
cérebro devem durar a vida toda. “O ideal seria que a pessoa tivesse a
preocupação desde jovem, com o físico, o mental e uma alimentação saudável. Mas
isso nem sempre foi possível. Algumas gerações não tiveram essa chance, essa
informação que temos hoje. Outras pessoas não tiveram acesso ao ensino. Mesmo
em idades avançadas há tempo para começar. Há hoje condições de melhorar, com
atividade física dirigida, com oficinas de memória, estimulando a capacidade
cognitiva. Sempre há tempo de melhorar a situação do paciente”, completa.
INTERNET COMO ALIADA
A especialista destaca a importância da
popularização da internet para a atividade intelectual de um indivíduo. “A
nossa capacidade intelectual teve de se adaptar a um aprendizado mais amplo. A
internet funciona maravilhosamente para a estimulação cognitiva. E é muito boa
para fazer com que se mantenha vivo o interesse pelas coisas novas, levando a
um envelhecimento muito mais saudável, em relação àqueles que levam uma vida
intelectual muito restrita”, pontua a médica, mostrando que, na verdade, não
pode haver uso excessivo da internet em relação às atividades físicas. “A
pessoa precisa saber como dosar o seu tempo, distribuir as ações. Não podemos
nos dedicar apenas a uma atividade intelectual, em detrimento do bem-estar
físico”, assinala. [Fonte: Ascom /MS]
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