por Paulo Tarcísio Cavalcanti*
Jornalista
▶ tarcisiocavalcanti@bol.com.br ▶http://ptarcisio.blogspot.com
A sociedade brasileira está chegando a um estágio no
qual precisaria parar a fim de fazer um exame de consciência, uma espécie de
auto-crítica.
Por que?
Existe nas ruas um clamor generalizado pela
moralidade no serviço público e o fim da impunidade e é como se não tivéssemos
nada com isso. Só os outros.
Limitamo-nos, quando muito, a apontar e a exigir
punição – às vezes de verdadeiros culpados; outras de meros bodes expiatórios,
quando não de vítimas de uma investigação apressada ou equivocada ou até de
infelizes desafetos de quem fez a investigação.
Isso vai resolver?
Não sou dono da verdade, mas imagino que não.
Primeiro, porque é uma utopia inalcançável esperar
que o ser humano chegue a perfeição total. Pelo menos em sua vida terrena, não
acredito que isso venha a ocorrer.
Diante dessa convicção pessoal, então, entendo que é
tarefa de todos – e não apenas dos outros – a de contribuir na restauração da
credibilidade das instituições e da moralidade na administração pública.
Não é por isso que a sociedade está clamando?
Então, que a sociedade toda se mobilize para
conquistar essas metas, e não, que continue lavando as mãos diante de tal
responsabilidade, como Pilatos fez ao ser pressionado pela turba para
determinar a crucificação de Jesus Cristo.
Diante da corrupção, disse segunda-feira aqui em
Natal, a ministra Eliana Calmon, musa e principal intérprete do anseio social
pela moralidade, existem duas armas: 1) Transparência; 2) Gestão.
Ora, transparência e gestão, não dependem dos
outros.
Dependem de cada um de nós – os eleitores do Brasil,
legítimos detentores do poder soberano, conforme o nosso texto constitucional.
Somos pois, todos, e não so-mente os que nos
representam, os grandes responsáveis pelas mudanças que clamamos para o Brasil.
E só existe uma maneira de exercitar tal prerrogativa e tal responsabilidade.
Que maneira é essa? Votando de forma consciente.
Quer dizer: Nisso não existe nenhuma novidade; a não
ser o reconhecimento, que, humildemente temos de assumir, de que primeiro,
temos que aprender a votar conscientemente. Pois, é o nosso voto que vai eleger
aqueles que, amanhã, terão de fazer – institucionalmente – a opção pelas
prioridades que as ruas estão ditando no dizer da ministra Eliana Calmon:
Transparência e Gestão.
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