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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Seremos todos Pilatos?

por Paulo Tarcísio Cavalcanti*
Jornalista tarcisiocavalcanti@bol.com.br http://ptarcisio.blogspot.com

A sociedade brasileira está chegando a um estágio no qual precisaria parar a fim de fazer um exame de consciência, uma espécie de auto-crítica.

Por que?

Existe nas ruas um clamor generalizado pela moralidade no serviço público e o fim da impunidade e é como se não tivéssemos nada com isso. Só os outros.

Limitamo-nos, quando muito, a apontar e a exigir punição – às vezes de verdadeiros culpados; outras de meros bodes expiatórios, quando não de vítimas de uma investigação apressada ou equivocada ou até de infelizes desafetos de quem fez a investigação.

Isso vai resolver?

Não sou dono da verdade, mas imagino que não.

Primeiro, porque é uma utopia inalcançável esperar que o ser humano chegue a perfeição total. Pelo menos em sua vida terrena, não acredito que isso venha a ocorrer.

Diante dessa convicção pessoal, então, entendo que é tarefa de todos – e não apenas dos outros – a de contribuir na restauração da credibilidade das instituições e da moralidade na administração pública.

Não é por isso que a sociedade está clamando?

Então, que a sociedade toda se mobilize para conquistar essas metas, e não, que continue lavando as mãos diante de tal responsabilidade, como Pilatos fez ao ser pressionado pela turba para determinar a crucificação de Jesus Cristo.

Diante da corrupção, disse segunda-feira aqui em Natal, a ministra Eliana Calmon, musa e principal intérprete do anseio social pela moralidade, existem duas armas: 1) Transparência; 2) Gestão.

Ora, transparência e gestão, não dependem dos outros.

Dependem de cada um de nós – os eleitores do Brasil, legítimos detentores do poder soberano, conforme o nosso texto constitucional.

Somos pois, todos, e não so-mente os que nos representam, os grandes responsáveis pelas mudanças que clamamos para o Brasil. E só existe uma maneira de exercitar tal prerrogativa e tal responsabilidade.

Que maneira é essa? Votando de forma consciente.

Quer dizer: Nisso não existe nenhuma novidade; a não ser o reconhecimento, que, humildemente temos de assumir, de que primeiro, temos que aprender a votar conscientemente. Pois, é o nosso voto que vai eleger aqueles que, amanhã, terão de fazer – institucionalmente – a opção pelas prioridades que as ruas estão ditando no dizer da ministra Eliana Calmon: Transparência e Gestão.

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