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domingo, 1 de abril de 2012

Lampião em Mossoró sob o olhar do historiador Raimundo Nonato

Por Abimael Silva*
Sebista e editor

Capa livro/divulgação
Em 1955, o historiador Raimundo Nonato da Silva publicou Lampião em Mossoró, com selo da Pongetti, terceiro volume da Série C (livros), da Coleção Mossoroense, com edição esgotada em um mês. É a primeira publicação sobre a presença do rei do cangaço em Mossoró.

Tudo aconteceu dia 13 de junho, fim de tarde de uma segunda-feira chuvosa, quando Lampião entrou em Mossoró, perdeu dois cangaceiros e colecionou sua maior derrota.

Dizem que o culpado foi Macilon, que fez a cachola de Virgulino, dizendo ser negócio atacar a terra de Santa Luzia.

Lampião em Mossoró é um dos poucos livros sobre o cangaço embasado em documentos. Tem o depoimento de Jararaca, publicado no Mossoroense, nominando 45 cangaceiros que participaram do ataque; a reprodução fac-similar do bilhete de Lampião ao prefeito de Mossoró, dia 13 de junho; uma fotografia com os defensores da cidade e a presença do prefeito Rodolfo Fernandes; o diário do coronel Antônio Gurgel, que ficou 16 dias sequestrado pelo bando e escreveu um rico diário, de 12 a 28 de junho de 1927; o processo contra Lampião, em Pau dos Ferros, que ficou aberto de 1927 a 2008, quando Sérgio Dantas, juiz e pesquisador do cangaço, encerrou essa pendenga.

Raimundo Nonato da Silva, renomado historiador norte-rio-grandense, também é o mais injustiçado da província. Em 2003, o Governo do Estado e Diário de Natal publicaram dez fascículos sobre as personalidades do oeste potiguar, mas acabaram esquecendo o nome e a importância do autor de Lampião em Mossoró.

Segundo a Bibliografia do Rio Grande do Norte, a enciclopédia da literatura norte-rio-grandense, de Francisco Fernandes Marinho, Raimundo Nonato teve 96 livros editados e reeditados, com muitos títulos de importância nacional, como Quarteirão da Fome (1949), A Revolução de Trinta em Serra Negra (1955), Lampião em Mossoró (1955), Estórias de Lobisomem (1959), Bacharéis de Olinda e Recife (1960), Os Revoltosos em São Miguel (1966), Presença Norte-rio-grandense na Alçada Pernambucana (1971), Jesuíno Brilhante – O Cangaceiro Romântico (1970) e Calepino Potiguar (1980).

Raimundo Nonato da Silva nasceu em Martins (RN), em 18/08/1907, e faleceu no Rio de Janeiro, em 22/08/1993.

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