Por Abimael Silva*
Sebista
e editor
Capa livro/divulgação
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Tudo aconteceu dia 13 de junho, fim de tarde de uma
segunda-feira chuvosa, quando Lampião entrou em Mossoró, perdeu dois
cangaceiros e colecionou sua maior derrota.
Dizem que o culpado foi Macilon, que fez a cachola
de Virgulino, dizendo ser negócio atacar a terra de Santa Luzia.
Lampião em Mossoró é um dos poucos livros sobre o
cangaço embasado em documentos. Tem o depoimento de Jararaca, publicado no
Mossoroense, nominando 45 cangaceiros que participaram do ataque; a reprodução
fac-similar do bilhete de Lampião ao prefeito de Mossoró, dia 13 de junho; uma
fotografia com os defensores da cidade e a presença do prefeito Rodolfo
Fernandes; o diário do coronel Antônio Gurgel, que ficou 16 dias sequestrado
pelo bando e escreveu um rico diário, de 12 a 28 de junho de 1927; o processo
contra Lampião, em Pau dos Ferros, que ficou aberto de 1927 a 2008, quando
Sérgio Dantas, juiz e pesquisador do cangaço, encerrou essa pendenga.
Raimundo Nonato da Silva, renomado historiador
norte-rio-grandense, também é o mais injustiçado da província. Em 2003, o
Governo do Estado e Diário de Natal publicaram dez fascículos sobre as
personalidades do oeste potiguar, mas acabaram esquecendo o nome e a
importância do autor de Lampião em Mossoró.
Segundo a Bibliografia do Rio Grande do Norte, a
enciclopédia da literatura norte-rio-grandense, de Francisco Fernandes Marinho,
Raimundo Nonato teve 96 livros editados e reeditados, com muitos títulos de
importância nacional, como Quarteirão da Fome (1949), A Revolução de Trinta em
Serra Negra (1955), Lampião em Mossoró (1955), Estórias de Lobisomem (1959),
Bacharéis de Olinda e Recife (1960), Os Revoltosos em São Miguel (1966),
Presença Norte-rio-grandense na Alçada Pernambucana (1971), Jesuíno Brilhante –
O Cangaceiro Romântico (1970) e Calepino Potiguar (1980).
Raimundo Nonato da Silva nasceu em Martins (RN), em
18/08/1907, e faleceu no Rio de Janeiro, em 22/08/1993.
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