Foto:divulgação
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Culturas mais tradicionais, como as indígenas e
japonesas, reverenciam o idoso como símbolo do conhecimento e da sabedoria,
dispensando a ele papéis e padrões comportamentais apoiados no valor da
respeitabilidade. Atualmente, porém, grande parte da sociedade tem retirado a
importância do idoso como agente da história, exigindo incessantemente a
destruição e o desaparecimento do que foi produzido no passado. Assim, chega um
momento em que o indivíduo perde seus papéis sociais no trabalho e no âmbito
familiar, começa a ser considerado inútil, um incômodo, e é descartado em algum
lugar, quando não é agredido. É essa a realidade que está retratada no vídeo
“Exilados”, um documentário de 20 minutos dirigido pela jornalista Ana Paula
Teixeira e patrocinado pelo Programa Cultura da Gente, do Banco do Nordeste.
O vídeo mostra histórias marcantes de idosos que
passam os últimos dias de suas vidas isolados da família, relegados ao
esquecimento, sempre na expectativa do retorno de um ente querido que possam
tirá-los do que eles consideram como exílio e levá-los para o seu verdadeiro
lar. Alguns já perderam as esperanças e aguardam apenas a morte. “Não tenho
mais nada pra fazer, nada pra pensar. Apenas aguardar o dia em que o Pai quiser
me levar”, revela Nilce da Costa Abreu, que nunca teve filhos, mas esperava ser
acolhida pelos sobrinhos na velhice.
“Percebemos que a rejeição é causada pela falta de
tempo, pelas condições da vida moderna, pelo individualismo exacerbado, pela falta
de recursos financeiros, pelos históricos difíceis na família como alcoolismo,
drogas e esquizofrenia, ou pela ausência de laços afetivos”, pontua a diretora
Ana Paula Teixeira. Segundo ela, a situação dos idosos fica ainda mais difícil
na medida em que eles colecionam problemas de saúde, como diabetes, hipertensão
arterial, osteoporose, insuficiência renal crônica, problemas cardíacos,
desnutrição, demência, entre tantos outros.
Essa realidade vai de encontro ao que preconiza o
Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 12 de outubro de 2003), que considera o
envelhecimento um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social
(art.8°). O Estatuto também garante, entre outros direitos, a moradia digna, no
seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares,
quando assim o desejar (art. 37). No entanto, decisões radicais geralmente são
a fonte causadora de violência e a única solução possível é mesmo procurar uma
casa de repouso ou abrigo.
Apesar de seu papel desconstrutor, esses lugares
fazem emergir a possibilidade de reconstrução de um novo mundo social para o
idoso, em uma dimensão mais restrita. “Eles encontram formas de se relacionar,
de ter amizades, inimizades e até namoros. Mas não se pode dizer que eles têm
uma vida social comum porque é como se vivessem num mundo paralelo. A vida é
diferente da que tinham antes. É como se eles fossem exilados para um outro
local, de costumes estranhos, pessoas estranhas, e precisassem se readaptar”, explica Ana Paula.
No documentário, foram entrevistados idosos do Lar
Torres de Melo, Casa de Nazaré, Casa de Idosos Caminho de Emaús, Casa São Pio/
Toca de Assis e Abrigo do Idoso, todos em Fortaleza (CE). A expectativa é de
que os DVDs sejam lançados no Dia do Idoso (01 de outubro) em alguns dos
abrigos visitados, além da exibição prevista em canais de televisão abertos e
fechados, Centros Culturais do Banco, espaços culturais e festivais de cinema
do país e do exterior. Para mais informações, basta acessar o blog dedicado aos
projetos audiovisuais de Ana Paula Teixeira. A página, www.curtamuito.com,
mostra produções anteriores da jornalista, como os vídeos “Terra de
Gigantes", "As Noivas de Dom Gatão", "Hands", “O
Paraíso é Isso” e “Dossiê Noronha”.
SINOPSE
O vídeo retrata a realidade dos idosos que passam os
últimos dias de suas vidas isolados da família, relegados ao esquecimento,
sempre na expectativa do retorno de um ente querido que possam tirá-los do que
eles consideram como exílio e levá-los para o seu verdadeiro lar.
FICHA TÉCNICA
ROTEIRO - Ana Paula Teixeira – PRÉ-PRODUÇÃO –
Daniela Celani – PRODUÇÃO EXECUTIVA - Ana Paula Teixeira – ASSISTENTE DE
PRODUÇÃO – Ádamo Zerílio e Ana Clarissa Braga – TRILHA SONORA – Fabíola Líper,
Oswaldo Montenegro e Tim Deslandes – LEGENDAS EM INGLÊS - Tim Deslandes –
ASSISTENTE DE CÂMERA - Joaquim Nunes – MOTORISTA – Janderson Araújo – PRODUÇÃO
– Emanuela de Souza – TÉCNICO DE SOM DIRETO - Francisco Alves – MONTAGEM – Ana
Paula Teixeira – EDIÇÃO E FINALIZAÇÃO – Andréa Moreira e Helgi Thor – DIREÇÃO
DE ARTE - Emanuela de Souza – DIREÇÃO DE PRODUÇÃO - Natália Lira – DIREÇÃO DE
FOTOGRAFIA – Fernando Cavalcante – ASSISTENTE DE DIREÇÃO – Natália Lira –
DIREÇÃO – Ana Paula Teixeira – REALIZAÇÃO – Cabeça de Cuia Filmes e Ita
Produções - PATROCÍNIO – Programa Cultura da Gente, do Banco do Nordeste.
PADRÃO DE COR - NTSC - CAPTAÇÃO - HDV - JANELA - 16:9 (widescreen) - SOM
-Estéreo 2.0 - LEGENDAS – Português e Inglês.
Luciano
Sá (assessor de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste) – (85) 3464.3196
lucianoms@bnb.gov.br
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