Autor: Geraldo Anízio
Era um termo que no passado ainda próximo de
nós, dizia-se do período após o parto,
em que a mulher ficava acamada ou em repouso pelo menos uns 15 dias. Nesse
meado por mais que fosse pobre a mulher,
gozava da primazia de uma dieta a rigor recomendada pelas parteiras ou de
outras pessoas com mais experiências em partos.
Na minha cidade natal São João do Sabugi/RN, Ana
Salvino era a parteira da cidade. Foi ela quem me pegou – porque este era o
termo utilizado até os anos 50s e 60s. Ana Salvino pegou muitos
filhos durante a trajetória da
vida dela. Ela mesma sabia os bons tratos recomendados e aplicados por
exigência da disciplina do resguardo, ao cumprimento do repouso, à dieta
rigorosa para não quebrar o resguardo.
Raramente as famílias modernas passam de dois
filhos. Naquele tempo, muito comum era a família com mais de dez filhos, outras
somavam mais de quinze. As senhoras
tinham filhos consecutivamente
ano a ano, até que, chegassem a uma idade não mais próspera a procriar.
Mesmo assim os cuidados empíricos eram levados a
sérios. Devido aos múltiplos partos, com
a idade a mulher chegava a sofrer do
lapsoulterino que era o estrangulamento
do canal vaginal. As coisas do passado
guardam reentrâncias memoráveis de um
tempo no qual a surpresa tênue de uma barriga de nove meses a mãe não suponha
nenhum traço do feto que ela mesma gerava ao dispor da naturalidade.
Sem sonoplastia ou pré-natal, os paninhos e as essências da folhagem do
velame perfumavam o doce nascimento de um filho ao lado de uma mãe em resguardo
total.
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