Publicado
novo protocolo que prevê assistência integral aos pacientes com a doença,
inclusive o fornecimento do trombolítico alteplase nos serviços do SUS
O Ministério da Saúde vai ampliar a assistência às
vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), que passarão a ter assistência
integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foi publicada, na sexta-feira (13),
a portaria que estabelece novo protocolo de assistência ao paciente com AVC
isquêmico e hemorrágico. Entre as novidades, está a incorporação do
trombolítico alteplase e o
fornecimento de serviços habilitados para assistência às vítimas de AVC.
A Portaria n°665/2012 prevê a criação dos Centros de Atendimento de Urgência,
classificados em três tipos, dependendo do porte e capacidade de atendimento.
Estes centros desempenharão um papel de referência no tratamento aos pacientes
com AVC. A criação dos centros será articulada entre governo federal, estados e
municípios.
“O nosso esforço é ampliar a rede de atenção básica,
de prevenção e de tratamento com o objetivo de reduzir casos e óbitos. A linha
de cuidado do AVC é uma das nossas prioridades e a incorporação tecnológica de
qualquer procedimento ou medicamentos tem padrões para ser realizada”, explica
o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A meta do Ministério da Saúde é fortalecer a
política de atenção a vítimas de AVC. O propósito é assegurar a todos os
brasileiros que tenham um hospital de referência para o seu atendimento. “É
este conjunto de ações, estruturação e incorporação de medicamento, que irá
ampliar a assistência e melhorar o atendimento no SUS”, ressalta o ministro
Padilha.
VANTAGENS DO TROMBOLÍTICO
O uso do alteplase, somente em casos de AVC
isquêmico agudo, consiste na aplicação de uma medicação por via endovenosa, que
percorre a circulação até chegar ao vaso sanguíneo cerebral que está obstruído
por um coágulo. Esta medicação desfaz o coágulo, desentupindo a circulação e
normalizando o fluxo sanguíneo que chega ao cérebro.
O medicamento será fornecido pelos hospitais
habilitados e ajudará a reduzir os riscos de sequelas e de mortalidade. O
alteplase diminui em 31% o risco de sequelas do AVC, isso significa a recuperação
do quadro neurológico de mais pacientes comparando com aqueles que não recebem
o tratamento com alteplase.
O atendimento em Unidade de AVC com o uso do
alteplase poderá reduzir em até 18% a mortalidade e 29% a chance do paciente
ficar dependente de outra pessoa para as atividades diárias.
INVESTIMENTOS
Até 2014, serão investidos R$ 437 milhões para
ampliar a assistência a vítimas de AVC. Do total de recursos, R$ 370 milhões
vão financiar leitos hospitalares. Serão criados 1.225 novos leitos nos 151
municípios onde se localizam os 231 pronto-socorros, responsáveis pelo
atendimento de urgência e emergência especializado em AVC. A abertura dos novos
leitos será definida entre o governo federal, juntamente com estados e
municípios. Outra parcela, R$ 96 milhões, será aplicada na oferta do tratamento
com o uso de alteplase.
REDE
O AVC é uma das mais importantes causas de mortes no
mundo. Popularmente conhecido como derrame, a doença atinge 16 milhões de
pessoas no mundo a cada ano. Destes, seis milhões morrem. Para enfrentar a
epidemia silenciosa que ocorre no mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento da doença,
com o objetivo de colocar o tema em destaque na agenda global de saúde.
No Brasil, em 2011, foram realizadas 172.298
internações por em AVC (isquêmico e hemorrágico). Em 2010, foram registrados
99.159 óbitos por AVC. De acordo com o documento, a Linha do Cuidado do AVC
deve incluir, necessariamente, a rede básica de saúde, SAMU, unidades
hospitalares de emergência e leitos de retaguarda, reabilitação ambulatorial,
ambulatório especializado, programas de atenção domiciliar, entre outros
aspectos. [por Neyfla
Garcia, da Agência Saúde /Ascom MS]
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