Medicina UFRN
Ao amigo Luiz Gonzaga Cortez
Prezado Gonzaga,
Na última semana, conversamos um pouco sobre os princípios que
estão por trás da acupuntura. Hoje nos focaremos na prática da homeopatia,
sistema médico geralmente atribuído a Hahnemann, havendo quem afirme que suas
raízes remontam a Paracelso, Hipócrates e aos mestres destes.
Na medicina ocidental tradicional, se tenho uma febre, tomo uma
medicação “anti-febre” (antipirética); se tenho dor, tomo uma medicação
“anti-dor” (analgésica); se tenho uma inflamação, tomo uma medicação
antiinflamatória, de maneira que se diz que a medicina alopata baseia-se no
princípio da “Cura pelo oposto.” Isto é, se tenho um sintoma, tomo uma
medicação que anula aquele sintoma, como para suplantar aquilo que está equivocado
no corpo. Alopaticamente, atuamos para “consertar” o corpo.
A homeopatia atua, por sua vez, não “consertando” o corpo
equivocado, mas despertando nele a capacidade de consertar-se a si mesmo. Se
observarmos bem, nosso organismo tem uma capacidade de auto-cura inata – se
tenho uma infecção, meu próprio organismo iniciará um processo de defesa contra
ele, geralmente curando-se sozinho. O que ocorre é que, por diversas razões,
essa capacidade de nosso corpo está desequilibrada. Cabe ao médico homeopata
reequilibrá-la para que o corpo cure a si mesmo. Trata-se de um processo
“educativo”, por assim dizer.
A “pedagogia” que nosso organismo compreende é a dos venenos. Se
quero ensinar a um engenheiro a construir um prédio, por exemplo, devo dar-lhe
diversos problemas virtuais de construção de prédios para que, quando encontre
esses problemas na vida real, ele já saiba como resolvê-los. Se quero que meu
corpo aprenda a curar uma febre, dou a ele um veneno que provoca febre, mas de
uma maneira tão diluída, tão diluída, como um problema de matemática – servirá
apenas para que ele, quando encontre o problema de verdade, “na vida real”,
saiba como curá-lo.
Desta maneira, diz-se que a homeopatia cura através dos
semelhantes: ofereço ao meu paciente uma medicação que provocaria, em doses
plenas, aquele sintoma; mas que está tão diluída ao ponto de ter o efeito
contrário. Chama-se, na teoria homeopática, de “Energia Vital” à parte sutil do
organismo que está desequilibrada e que se cura através da homeopatia e a preparação
de suas medicações ocorre através das “dinamizações”, ambos conceitos demasiado
longos para serem aqui explicados.
Especialmente nas alergias, a homeopatia tem resultados
excepcionais. Mas são diversas as enfermidades que encontram nela seu melhor
tratamento. Cada caso é um caso, cada paciente é um universo. Não se pode
generalizar. Existem excelentes homeopatas em Natal. Consultar-se com um é uma
ótima maneira de descobrir um pouco mais do fascinante que é a homeopatia.
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